*Este post é material do Treceiro Módulo do Curso de Aprofundamento em Danças Orientais ministrado por Yasmine Amar
Apresentação do Terceiro Módulo:
1 Introdução
2 Principais Ritmos Árabes
Baladi / Maksoum Sagir e Kbir/ Said/ Masmoudi
Chiftitelly/ Wahda Tawila
Ayoub
Malfouf, Soud e Khallige
Samaai
Karachi ,Falahi e Zaffa
Rush
3) Principais Instrumentos Musicais Árabes
4) Tarefa
5) Referências
1 Introdução
“A palavra "Música" vem do grego "Mousiki" que significa a ciência de compor melodias. Qilm al-musiqa era o nome dado pelos árabes para a teoria grega da música para distinguí-la de Qilm al-ghinaa' que era a teoria prática árabe.”
A dança árabe é determinada pelo acompanhamento musical. Esta música nunca é simplesmente pano de fundo. É tarefa da bailarina expressar as emoções solicitadas pela música e durante improvisações destacar a qualidade do instrumento que sola, extraindo dele sua qualidade essencial, tudo através da dança. O termo música arábe é enganoso. Notas, ritmos, instrumentos e estilos de canto variam de país para país. Ainda assim, toda música árabe compartilha certas semelhanças. Uma delas é que dentro de sua estrutura formal, ela reteve do passado uma fortíssima qualidade na improvisação e em sua essência ela é altamente melódica. Ao contrário da música ocidental, ela não desenvolveu o uso da harmonia. A razão básica é que harmonia depende de um sistema tonal fixo (um espaço invariável entre notas). Toda escala na música árabe tem certas posições fixas – tons e meios tons – como na música ocidental, mas entre eles existem notas sem lugar fixo e que caem em posições ligeiramente diferentes numa escala cada vez que são tocadas. Na música árabe, uma única oitava pode conter algo entre 18 e 22 notas com intervalos tão pequenos quanto a nona parte de um tom. As únicas composições que podem incluir harmonias simples são aquelas baseadas na melodia e escala ocidental. É este tipo que ouvimos nas gravações orquestradas modernas. Dentro do elaborado sistema de escalas da música árabe, os instrumentistas tem espaço para explorar a melodia, mais ou menos da mesma forma parecida que uma improvisação de jazz. Isto é feito utilizando a melodia e tecendo padrões complexos ao redor dela, do mesmo modo que a arte islâmica começa com um motivo central e ornamentos ao redor dele para construir os padrões arabescos.
2 Principais Ritmos Árabes
“Ritmo é um movimento, ruído, batidas que se repetem no tempo e intervalos regulares, com acentos fortes e fracos.”
Baladi / Maksoum Sagir e Kbir/ Said
Baladi - O Baladi é um ritmo inserido no grupo dos derivados do Maqsum. Maqsum simples é a base de muitos ritmos e especialmente importante na música egípcia. Se você ouve música oriental com acopanhamento de percussão, certamente reconhece o tradicional DT-TD-D do Maqsum.O Baladi é uma versão folclórica do significado da terra, do campo e envolve no Egito um pouco de regionalismo Maqsum, caracterizado pelos familiares dois dums que lideram a frase. A palavra Baladi, o folclore. Este ritmo é muito típico aparecendo com frequência na música para Dança Oriental. O Dum duplo tende a submergir quando há acompanhamento melódico por isso, às vezes, pode não ser ouvido de imediato, então utiliza-se como base, uma versão simples de Maqsum.
Said - Este ritmo, novamente na essência um Maqsoum, com diferente sabor e assento, é popular no Alto Egito. Similar ao Baladi, é usualmente tocado de forma acelerada, com batidas sobrepostas e fortes. É tradicional para Tahteeb (dança masculina do bastão), assim como para Dança do Ventre, especialmente na conhecida como Dança da Bengala, funcionando para as mulheres como uma versão em paródia da dança masculina. Pode-se encontrar para este ritmo o nome de Ghawazi, para um estilo de Dança em particular, que é conhecido por Dança Cigana Egípcia.
Masmoudi - Este ritmo é caracterizado pela união de duas frases com quatro compassos cada. Às vezes a primeira frase tem duas batidas condutoras. Uma dessas versões é chamada "masmoudi guerreando" - supõe-se que soa como um homem e uma mulher brigando. A versão que possui três batidas condutoras é usualmente chamada "masmoudi caminhando".
Masmoudi é muito comum na música para dança, aparecendo para intensificar a percussão, criando um momento especial na apresentação de riqueza inesperada.
- Baladi –DUM DUM ESS TAC DUM ESS TAC ESS
- Maksoum - DUM TAC ESS TAC DUM ESS TAC ESS
- Said - DUM TAC ESS DUM DUM ESS TAC ESS
- Masmoudi Kabir- DUM DUM ESS TAC ESS TAC DUM ESS TAC ESS TAC ESS
Chiftitelly/ Wahda Tawila
Este ritmo Turco ou Grego é caracterizado por não ter acento no terceiro tempo e apresentar forte acento no quinto, sexto e sétimo tempo. Em sua essência é como outros similar ao Maqsum. Muito comum na Turquia e outros países, é tocado de forma lenta e moderada preferencialmente mantendo espaços entre as batidas. Os "darbackistas" apreciam completá-lo com improvisações inesperadas e criativas. Frequentemente este ritmo aparece acompanhando um Taksim (improvisação melódica).
Chiftitelly- DUM ESS ESS ESS TAC ESS TAC ESS DUM ESS ESS ESS TAC ESS ESS ESS
Ayoub
Comum e claro 2/4. Tocado no Oriente desde a Turquia até o Egito. É usado de forma lenta para uma dança tribal no norte da África chamada Zaar. No Marrocos, também aparece numa versão com seis batidas por compasso. É tocado de forma acelerada para os passos rápidos na dança oriental e no folclore.Alguns dizem que Ayoub é supostamente o som que poderia ilustrar na dança o andar do camelo. A dança dos cavalos típica do Egito tem por base o ritmo Ayoub.
Ayoub - DUM ESS DUM TAC
Malfouf, Soud (Khallige)
Ritmos Orientais com oito batidas por compasso, que são compostos por grupos de três, três e duas batidas, onde o assento está no primeiro tempo de cada grupo. São encontrados através de todo o Mediterrâneo e Oriente Médio. Na Arábia Saudita, seu nome é Saudi ou Khaligi, é tocado de forma mais lenta e incompleto com espaços de som, os Dums estão no tempo um e três. No Egito e Líbano, é chamado Malfuf, mais preenchido e acentuado muitas vezes com o Dum apenas no primeiro tempo.Malfuf é usado para acompanhar danças em grupos, coreografias, músicas modernas ou populares. Poderá ser encontrado também nas entradas e saídas de shows por oferecer constância e velocidade necessárias para esses momentos.
Soud - DUM ESS DUM ESS TAC ESS
Malfouf - DUM ESS TAC ESS TAC
Samaai
Bastante utilizado na música Síria no estilo moasashat.Ritmo usado na maioria das vezes na sua candência lenta, possui uma seqüência de três partes. Compõe um ritmo 10/8.
Samaai -DUM ESS ESS TAC ESS DUM DUM TAC ESS ESS
Karachi ,Falahi e Zaffa
- Karachi – Ritmo 2/8 rápido, utilizado bastante no Egito e no norte da África.
Karachi - TAC ESS TAC DUM
- Fallahi – Originário do. Egito fallahi significa camponeses nome dado aos trabalhadores dos campos egípcios que utilizam este ritmo 3/4 em suas celebrações.
Falahi - DUM TAC TAC ESS
- Zaffa – Ritmo 4/4 utilizado em cerimônias de casamento. Dançarinos e músicos acompanham os noivos em sua chegada e sua saída.
Zaffa - DUM TAC TAC TAC DUM ESS TAC ESS
Rush
O rush não é considerado um ritmo musical, ele é mais um floreado utilizado pelo percussionista, que cria grande impacto na audiência. Não possui acento pré-determinado nem contagem. Os dedos passeiam com rapidez assombrosa no darback, criando a sensação de vibração sonora. As flutuações de aceleração são totalmente improvisadas, bailarina e músico devem estar perfeitamente entrosados. Para o espectador, o instrumento leva a música para dentro de seus ouvidos e o corpo da bailarina deverá ser a tradução exata das impressões sonoras recebidas.
3) Principais Instrumentos Musicais Árabes
texto de Jamal Ibrahim Elias
O Bendair lembra o Taar, mas sem os disquinhos metálicos. O instrumento tem uma entonação como o tambor do lado Oeste. O Taar é outro tipo de tamborim com pratinhos que chacoalham na lateral.
Al-qanoon é um instrumento trapezoidal com um alcance de 3 oitavas que é tocado com o auxílio de um plectro e utilizando os dedos de ambas as mãos. O número total de cordas pode variar entre 64 e 82.
Al-'ud possui uma forma de meia-pêra com "tiras de madeira, o 'ud tem de 10 a 12 cordas, é tocado com um pequeno plectro. Mr. Farmer em "O Legado do Islam" (1931)
Os outros dois instrumentos mais famosos usados na musica Beduína são o naay e rababeh ou rebec. Rababeh é um instrumento de uma corda simples com uma caixa sonora quadrada tocado como um violino. O rababeh foi levado para a Espanha pelos árabes e distribuído a partir dela para a Europa com o nome rebec.
Todo corpo lingüístico musical necessita de um instrumento base. O piano, por exemplo, serviu para os grandes compositores ocidentais corno instrumento base de estudo, expressando a física e a lógica da orquestração. Na música árabe, o alaúde era o instrumento nobre que apoiava toda a estrutura formal da ciência musical. Foi freqüentemente usado para estudo, demonstração e explicação da matemática dos elementos essenciais da musica árabe. De sonoridade frágil e doce, de curvatura e forma sensuais, e de um corpo ricamente embelezado por arabescos, o alaúde levou poetas e pintores a empregarem o "verbete" do seu nome e nas suas poesias e quadros, retratando, assim, os romances inocentes e o símbolo da música divina. Outro instrumento de grande importância é o “Qanun”. Sua caixa trapezoidal e suas vinte e quatro cordas triplas dão à orquestra árabe um som místico e fundamenta! A palavra "Qanun" significa "Lei" e talvez o seu criador, Al-Farabi, quis projetar no seu instrumento todas as leis da musica árabe. Difícil e o seu aprendizado. Poucas são as pessoas que conseguem tocá-lo. O "Nay", uma flauta oblíqua de bambu, é o instrumento usado com freqüência na música folclórica. Seu som rasgado e seu timbre rascante despertam nos corações algo esquecido de saudade; um lamento distante. É o favorito por certas ordens místicas. O "Derbakeh", espécie de vaso de cerâmica e atualmente de metal, coberto com pele de animal bem esticada, é o instrumento base para o ritmo. A "Kamanja" ou “Kaman” é o violino oriental usado na orquestração egípcia, libanesa e síria. O " Rabab”, instrumento de uma ou duas cordas, deu origem à “Rebeca” e é usado na Síria e Iraque. O "Buzuki", que deu origem ao "Buzuki grego", é mais usado no Líbano e Síria. Instrumentos como o “Tabl” ( espécie de tambor ), “Mizmar” ( flauta de metal), “ Daf” ( pandeiro ) e tantos outros, enriquecem atualmente as orquestras árabes numa variedade invejável de sons e ritmos.
4 Tarefa.
Em equipe – 2 ou 3 pessoas ou individual
Trazer uma música árabe com no mínimo 3 ritmos árabes para apresentar executando com 1 instrumento musical .
5 Referências:
© "Uma História da Musica Árabe", por Henry George Farmer, publicada por Lowe &Brydone, Haverhill, Suffolk, England, 1929.
© “Musica Antiga e Oriental" por Egon Wellesz, publicado por Oxford University Press.
© Artigo em "Musica Arabe" por Halim Dabh, The Arab World Magazine Jan.-Feb. 1966 (Arab Information Center, New York)
© Site da Banda Laieli Almaza - http://www.laielialmaza.com.br/
Músicas e ritmos selecionados para o módulo
1)Maqsum Saguir - ritmo
2)Maqsum- Reda – ritmo e música
3)Maqsum Kabir - ritmo
4)Maqsum saguir e kabir - música
5)Maqsum Farida Fahmy - ritmo
6)Saidi - ritmo
7)Said – Reda – ritmo e música
8)Masmoudi Saguir - ritmo
9)Mamoudi Kabir - ritmo
10)Masmoudi Saguir – música
11)Masmoudi Kabir – música
12) Masmoudi – Reda- ritmo e música
13)Wahda Tawila - ritmo
14)Chiftetelly – ritmo
15)Malfouf – ritmo
16)Malfouf- música
17) Karatchi – ritmo
18)Karatchi – música
19)Falahi – ritmo
20) Falahi – música
21)Samaai – ritmo
22)Samaai - música
23) Khallige – George Mozayek
24)Ayoub/Zaar/Soud
25) zaffa
26) rush
Parabéns pelo post!
ResponderExcluirgrde fonte de estudos!