sexta-feira, 30 de agosto de 2019

O Poder de cura da Dança do Ventre


Yasmine Amar Kaur
Há milênios, o ser humano busca se expressar através do movimento. Mas, a correria do dia a dia e todo o estresse decorrente desta agitação têm dificultado nossa vida, não é mesmo? A boa notícia é que mesmo assim, aos trancos e barrancos, temos conseguido transpor barreiras e encontrar um tempinho para o autoconhecimento através da arte.
Nesse contexto, podemos falar sobre a Dança do Ventre: uma linda arte milenar egípcia que não só pode como têm sido cada vez mais usada na prática terapêutica feminina como ferramenta para autoconhecimento.
A dança é uma expressão artística e cultural, mas também ferramenta utilizada mundo a fora na busca da conexão com ventre e da ancestralidade, já que esta prática fortalece a alma através da plena consciência dos centros energéticos trazendo equilíbrio e favorecendo o encontro da sabedoria feminina que habita em cada ser.
Com os pés enraizados na terra sentimos vibrar todo o corpo através de movimentos vigorosos que liberam energia e sutilmente harmonizam todo o corpo. A contração muscular, a ondulação do corpo e a vibração dos movimentos também aliviam dores menstruais e preparam o corpo para a sustentação da gestação durante o trabalho de parto num grande culto à natureza e em prol da fertilidade do ventre e da terra. Filosofias a parte, posso dizer que esta dança redistribui toda a força do corpo pelos centros de energia (chakras) proporcionado as praticantes equilíbrio mental e energético.
Mulheres de todas as idades, e até mesmo homens que queiram descobrir ou curar seu lado feminino, podem usufruir dos benefícios da Dança do Ventre aprendendo a conhecer seu potencial criativo e energético e, também, a abraçar sua sombra. Sim, esta arte milenar nos faz identificar a sombra tão sufocada pela sociedade moderna: nosso lado instintivo e ancestral.
Posso lhes afirmar que mulheres conscientes da força e do potencial energético de criação do ventre se tornam seres mais plenos, felizes e abertos a infinitas possibilidades do corpo, da mente e do astral.
E quer saber de uma coisa? Todas nós, independentemente do tipo físico, idade ou limitações podemos dançar. Como bem disse a bailarina e professora Fátima Fontes, “é possível trazer para além da sala de aula. Observe como caminha, se senta, respira, se alimenta e, sobretudo, como você descansa e em pouco tempo seu corpo estará muito pronto para dançar.”
Ao longo dos anos percebi que a dança do ventre pode ir além e se alinhar a movimentos de Yoga, meditação, práticas curativas femininas, consciência respiratória, correção postural e terapias para expansão de consciência. Um grande acervo de conhecimentos e práticas unidos com vistas ao desenvolvimento pessoal e ao fortalecimento do corpo e da autoestima. Assim sigo praticando e compartilhando destes conhecimentos há quase 30 anos.
Encerro dizendo que nós mulheres precisamos despertar e dedicar parte do nosso dia para olhar para pra dentro de nós. Só assim, conseguiremos entender a força e a vibração do nosso ventre, alimentar a alma e compreender nosso corpo por inteiro conquistando a plena saúde física e emocional. Sejamos felizes, sejamos mulheres de corpo e alma! Vamos dançar?
*Yasmine Amar Kaur é bailarina e professora de Dança do Ventre há 26 anos. É pioneira no Ensino Estruturado na Dança do Ventre, em Cuiabá; educadora física, instrutora de Yoga e Taróloga. Proprietária do Espaço Yasmine Amar. Redes sociais: @yasmineamarkaur / Cel: (65) 98111-8683. http://yasmineamardance.blogspot.com yasmineamar@gmail.com

quarta-feira, 6 de março de 2019

Rotina Oriental Clássica


Badeia Masabny

Badeia Masabny (a rainha das casas noturnas do Egito) na expectativa de surpreender os seus clientes com apresentações inovadoras a cada noite, criou uma estrutura de show na qual a orquestra egípcia deveria iniciar sua apresentação com arranjos clássicos e grandiosos, para que, em seguida, a música no estilo puramente egípcio pudesse ser executada. Trechos folclóricos que emocionavam o público proveniente de outros lugares do Egito e de outros países árabes também deveriam estar presentes nos shows, assim como, os momentos em que se abria espaço para que o músico solista da noite pudesse expressar sua arte por meio da improvisação. Ao final de tudo, os músicos executavam o “grand finale” que comumente retomavam a introdução original da música e encerrava o show de forma grandiosa e entusiasmada.
A partir dessa demanda, naturalmente, os músicos mais tarde, começaram a compor peças já com tais características musicais e assim, surgiu o gênero Rotina Clássica, também chamada de Rotina Árabe, Rotina Oriental ou  Rotina Egípcia.
Podemos dizer então, que por definição, a Rotina Clássica caracteriza-se por uma música que possui introdução e finalização grandiosas, composta por trechos folclóricos e eventualmente por uma estrutura de taksim.

“A bailarina é parte da orquestra.” (Hossam Ramzy)


O termo música clássica é utilizado para indicar qualquer música que não pertença às tradições folclóricas e populares. E dentre as ramificações da música árabe está a música clássica oriental. Ela é geralmente composta por grandes orquestras e ganhou uma textura mais rica, com instrumentos específicos ou grupos de instrumentos dominando certos trechos da música. A percussão marca os ritmos e faz alguns floreios, enquanto os instrumentos melódicos produzem a melodia. É necessário conhecê-los, estudá-los e interpretá-los, tanto instrumentos quanto ritmos. E eles aparecem na música clássica, seguindo certa estrutura, que conheceremos a seguir.




A estrutura na Rotina Clássica ou Megancé (como é chamada no Egito):

Introdução: Nos países árabes é comum as bailarinas dançarem junto às grandes orquestras já mencionadas. Por isso, a introdução é respeitada como o momento de apresentação da orquestra.  É praxe a bailarina não entrar em cena nessa hora.
Chamada da bailarina: Em muitas músicas uma breve marcação de percussão indica que está chegando a hora da entrada da bailarina em cena. Aqui o mais indicado é esperar o próximo momento.

Entrada em cena: Aqui há uma mudança na música. Começam a aparecer ritmos mais rápidos, como o Malfuf, que pedem deslocamentos, giros, arabesques, developés, envelopés, chasse, uso cênico... É um momento de grandiosidade, de entrar em cena de forma elegante e altiva, mas sem perder em simpatia. Podemos utilizar acessórios, como véu. Aqui quem se apresenta ao público é a bailarina, cumprimentando-o e o convidando a embarcar com ela nessa incrível viagem!

Finale: Daqui para frente a música pode voltar para o momento 3, passar por um trecho floclórico ou seguir qualquer outra variação com a frase melódica de base. E, na finalização, retomar a fase 2, na qual a bailarina vai ocupar novamente o espaço, para se despedir do seu público. Pode até fazer as mesmas sequências que fez no início. Outra opção, por exemplo, retomar os passos e repeti-los sem o véu de entrada.
Este é um modelo geral, mas é claro que pode sofrer variações, de acordo com a música. Porém, estudando bem este padrão, a probabilidade de reconhecer esta estrutura em qualquer música clássica é grande.



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Yasmine Amar Kaur, Tradição em Dança do Ventre




Yasmine Amar Kaur atua profissionalmente com a Dança do Ventre desde 1994.

Teve como professores grandes nomes nacionais e internacionais entre eles:Soraia Zayed, Tia Cecy, Lulu Sabongi, Farida Fahmy, Yasmin Nammu, Aysha Almée, Jade El Jabel, Triana Ballesta, Michelli Nahid, Mauricio Mouzayek, dentre outros.

Participou como convidada do vídeo didático "Ritmos 2", de Lulu Sabongi, Khan El Khalili.

]

Fez parte do grupo de bailarinas e foi integrante da banca examinadora da casa de chá egípcia Khan El Khalili.



Possui como formação acadêmica os cursos de Ciências Contábeis (PUCCAMP) e Educação Física (UFMT)

Possui também formação em YOGA e DANÇA FLAMENCA.

Yasmine ministra aulas para grupos de mulheres, sempre enfatizando o Sagrado Feminino, com uma Metodologia de Estilo Tradicional, poética e mitológica.



sábado, 2 de janeiro de 2016

Arte Orientalista, inspiração para Dançar e Coreografar


          Além do estudo da música, nós, coreógrafas orientais, recorremos ao estudo da Arte Orientalista. "Orientalismo na Arte é a retratação de elementos, descrição ou imitação no que se refere a Cultural Oriental." Lembrando que entendemos por Cultural Oriental todo legado dos países do Médio Oriente inclusive norte da África e Turquia pois há um forte intercâmbio cultural entre eles.
          Através da apreciação da pintura, podemos notar detalhes de postura, expressão, além da construção dos figurinos, dos personagens das coreografias, etc
          Gosto de pensar, ao observar uma dessas mulheres retratadas, que música combinaria com a cena, com o figurino. Como seria sua personalidade. Que tipo de peça coreográfica combinaria com esta mulher. Como poderia retratá-la. Enfim, é uma maneira de entrar em contato com uma época onde a dança era muito orgânica. desde que comecei a me interessar por esse estudo, a construção coreográfica num todo mudou, a começar pelos figurinos. Antigamente eu adquiria meus figurinos em ateliers. Hoje, eu mesma construo. Cada tecido, cada detalhe. sempre me inspiro nestas retratações. Não vemos trajes de duas peças (cinturão/bustiê). Vemos muita sobreposição de tecidos, muita renda, sedas. Calças fofas (que chamamos de "harém"),lenços soltos amarrados colares de pérolas...

William Clark Wontner
Inglaterra (1857-1930)
Safie - One of The Three







Selecionei algumas imagens que gosto muito. Vou tecer alguns comentários sobre estas imagens. No entanto, cada vez que apreciamos uma obra de arte, vemos detalhes e elemento novos. Também depende da música que estamos ouvindo, do estado de de espírito, do  momento... é tudo efêmero!   O ideal é realmente apreciar sem pressa. Como quem saboreia um vinho muito bom. Devagar e despertando os sentidos. Vale ressaltar que é uma leitura amadora em reação as Artes Plásticas, uma visão de dançarina.


          Nesta primeira imagem, ela tem um véu sobre a cabeça num semblante sereno. Observe a delicadeza das mãos. A mão que segura o véu possui uma linha arredondada. A blusa é de de uma seda muito delicada, com  um bolerinho de renda
sobreposto. Na parte superior, tecidos esvoaçantes. Nos quadris, um tecido pesado que deixa a silhueta arredondada e bem marcada, com peso, porém sem definição. O ventre coberto com transparência e com tecidos soltos, leves, esvoaçantes. esta dançarina poderia estar dançando um música com uma base rítmica bem marcada, mas com um ou dois instrumentos melódicos suaves, como a flauta ou um alaúde. Interpretação bem feminina, um mistério delicadamente insinuado pelo véu.


Emile Vernet Lecomte - Paris 1821

          Pelo traje podemos notar que trata-se da cultura balkan.
          A ligação entre as danças balkans e a Dan
ça Oriental já vem sendo muito estudada e esse é o tema de outra postagem que estou preparando pro Blog.
          Mas vamos analisar a cena em si, a que situação nos remete. Eu particularmente gosto muito desses figurinos pelas sobreposições e possibilidades de composição.
          A dança balkan assim como as mulheres da Macedônia são de personalidade forte e vigorosa. No entanto nesta retratação notem que a modelo pousa com uma flor tentando simular uma certa fragilidade que se contrapõe totalmente a riqueza de cores do próprio figurino. é como se ela quisesse deixar subentendido que, por detrás de tanta exuberância, há sim uma fêmea que pode ser frágil e delicada em alguns momentos.
          Quando analisamos uma obra de Arte como esta, há inúmeras possibilidades basta deixar-se envolver.

Jacques Baugnies

          Pés descalços, sagats nas mãos, uma cena bastante musical de interação da dançarina e do músico, que toca um mizmar.
          Essa inclinação de cabeça me chama bastante a atenção. As dançarinas orientais são as únicas no mundo que conferem tanta languidez postural. Isso faz parte de uma entrega ao som melódico que a envolve neste momento.
          Não existem vídeos da dança nessa época. Essas obras de arte são nossa única conexão. Mas através delas temos acesso a um rico conteúdo de linguagem corporal e elementos cênicos.
           Notem a posição das pernas, dos joelhos e como os sagats estão na altura dos quadris como que emoldurando o movimento. esses detalhes são muito importantes.
          Outra coisa que me chama atenção é a posição dos pés mostrando nitidamente a transferência de peso ao destacar o quadril.
          Esta cena ficou viva e eternalizada pelo artista.



Fabio Fabbi

          O duff é um dos instrumentos mais retratados pelos artistas orientalistas. Mais até mesmo que os sagats ou véus o que nos leva a crer que era muito utilizado pelas dançarinas.
          Nesta imagem há muita leveza conferida pelos braços alados, pelo semblante contemplativo para o alto, e os pés delicadamente tocam o solo. É uma das poucas imagens da época em que a dançarina mostra um pouco do ventre, mesmo que da parte superior. Normalmente elas dançavam completamente cobertas. Notamos a presença do turbante que não tira a leveza do figurino talvez pela cor. Novamente ela contrapõe o tecido esvoaçante com o pesado lenço de quadril. A saia no entanto é bem rodada e a presença dos músicos na cena a tornam bem viva.






Felix Auguste Clement, An Evenings Entertainment
David Roberts- The Gawazee Of Cairo

          Eu gosto de comparar as duas artes seguintes. É bem óbvio que trata-se da mesma dupla.
          Na primeira cena, podemos notar vários músicos e instrumentos, como alaúde e nay e uma mulher tocando duff. As dançarinas tocam delicados sagats e interagem. As calças fofas conferem peso ao quadril em contraposição às delgadas cinturas. Utilizam sapatinhos.





          Já nesta segunda obra, vemos uma mulher tocando o duff
e dois músicos tocando rababas. Novamente elas tocam sagats, interagem e vemos na dançarina da esquerda a utilização de um vestido que lembra muito os vestidos das dançarinas persas e nos levam a crer numa evolução até o que conhecemos pelas galabyas gawazee.


          Este post está em construção. Escolhi inicialmente imagens que retratam a dança de maneira mais dinâmica. Mas há tantas imagens lindas que merecem ser citadas que deixarei o post em aberto e vou construindo aos poucos, vou me permitir não me despedir deste tema pois o considero de suma importância para todas as pesquisadoras da Arte e da Dança.


...em construção...


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Dança Persa Contemporânea

Na Antiga Pérsia - hoje Irã - uma forma extremamente

diferenciada de dança, caracterizada pela

graciosidade, surgiu: a Dança Persa.

Dança Persa é uma forma romântica de dança,

profundamente influenciada pela Poesia.

Já a Dança Neoclássica Persa constitui-se de uma delicada

forma de Arte de Improvisação, na qual

predominam delicados e expressivos movimentos de mãos,

ombros, braços, giros e expressões

faciais encantadoras. É uma dança muito feminina, delicada e que transmite muita leveza, uma

leveza de fato espiritual.

Há uma ênfase na parte superior do tronco, onde a dançarina cria verdadeiras esculturas em

movimento, deslizando pelo chão ou afundando languidamente em belas extensões de linhas

corporais alongadas, expressando, muitas vezes, uma antiga simbologia mítica e espiritual.


(...em construção...)

Kalbelyas, as ciganas do Rajhastão (India) e a Dança Rajasthani

   
Yasmine Amar Kaur - Kalbelyas
       No deserto do Thar podemos apreciar uma das mais sensuais danças do Rajastão.

Kalbelya dance ou ainda Rajasthani Dance é o nome desta forma de dança representada pela tribo cigana com o mesmo nome. Estas danças são parte integral da cultura desta comunidade.
          Kalbelya, tribo nômade do deserto cuja principal ocupação é caçar cobras para comercializar seu veneno, também é conhecida como Sapera.

          Os movimentos dessa dança folclórica lembram a sinuosidade da cobra, mas também falam da moça da aldeia que vai casar, sua despedida, a confecção do sari vermelho, a vaidade e a preparação que envolve todo esse grande acontecimento.
          A música é tarefa dos homens, exímios intérpretes de instrumentos como o Pungi, Dufli, Beer, Khanjain, Morchang, Khuralio ou do Dholak. As danças são na maioria dos casos interpretadas pelas mulheres, que usam vestidos pretos e vermelhos escuros.
        Dentre as danças Kalbelia, podemos citar a dança Matkee (dançada com diversão diária, por várias mulheres em círculo - no vídeo da Unesco, ela é apresentada em 3:26), a dança Loor (apresentada durante o festival da cores, ou Holi - no vídeo da Unesco, ela é apresentada em 4:40) e a dança da Serpente (que apresenta movimentos que lembram as serpentes - no vídeo da Unesco, ela é apresentada em 7:16).

         Tanto a música quanto a dança dos Kalbelia fazem parte de uma tradição oral. Em outras palavras, não existem livros ou manuais que as ensinem ou descrevam. Tudo é passado para as novas gerações de maneira verbal ou através da observação.
Yasmine Amar - Kalbelyas Fusion - SESC

           Em 2010, passaram a fazem parte da lista de Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO.
 
           Minha experiência com esta dança foi no intuito de trabalhar uma fusão étnica contemporânea. No entanto, a força da música e dos movimentos acabaram me levando a aprofundar no estudo do folclore em si. É uma dança forte, envolvente. Quando estudamos um folclore devemos nos despir das posturas de outras danças. Mesmo que seja com intuito de executarmos uma fusão. Inicialmente compreendemos a forma estudada em sua essência para então fusionar.
Coleena Shakti em Deserto do Thar

            Uma dançarina que realizou uma pesquisa incrível, produzindo um documentário belíssimo com as kalbelyas, é a Colleena Shakti. Esse documentário pode ser encontrado no You Tube com o título "The Power of Dance - Colleena Shakti" e fala sobre a força dessas mulheres que sobrevivem às agruras do deserto:


 
 


Fontes Bibliográficas:

KALBELIA, A DANÇA DOS CIGANOS DO DESERTO DO THAR

Escrito por RUI PEDRO FONSECA em 2010-01-26 18:10:55
 

Danças Ciganas: Kalbelia

 http://grupoamaryllis.blogspot.com.br/2013/04/dancas-ciganas-kalbelia.html 

domingo, 7 de abril de 2013


Dança Turca Cigana ou Turkish Romani


História

Nos tempos antigos, há cerca de quase 1000 anos atrás, o povo Rom imigrou da Índia e do Egito para a Pérsia, Turquia, Armênia e Grécia. Entre os séculos XIII e XV, eles chegaram e se hospedaram da Europa. Chamado de "viajantes" na Europa, assumiam ocupações que lhes permitissem viajar. Como resultado de seu estilo de vida temporário, os Rom tendiam a recolher movimentos de dança de vários lugares por onde eles passaram. Hoje, há uma grande comunidade de pessoas ciganas que vivem na Turquia. 

Sua dança tornou-se uma das danças nacionais da Turquia e ao povo turco se referem a ela como "Dans Roman".
 
Metin And, um especialista turco em danças folclóricas turcas, diz que há grandes similaridades entre muitas danças folclóricas turcas e as danças dos Bálcãs (Iugoslávia, Romênia, Bulgária e Grécia).   
As danças turcas se desenvolveram em dois planos diferentes, e em dois contextos culturais: Istambul, capital do Império Otomano, algumas outras cidades grandes, e as vilas rurais. 

O Sr. And sustenta que o isolamento geográfico de vilarejos remotos ajudou a preservar mais de mil danças folclóricas. Esses camponeses são os fragmentos incertos das hordas nômades que vagavam para a Ásia Menor na Idade Média, alguns dos quais ainda são semi-nômades.




Ritmo

A música turca tem padrões de ritmo complexos e incomuns, como o "asak" que são polirítmicos e assimétricos como 9/8, 9/4, 10/8 e 7/8. a palavra "karslima" significa "defronte", e essa dança era do gênero folclórico onde duas filas de dançarinas se encaravam. a fim de "pegar a música e suas nuances, você tem que esperar ou acelerar seus passos - e eis o grande desafio para a dançarina ocidental, acostumada com ritmos ais lineares. Superado este obstáculo, a dança é simples, forte e e de uma sensualidade ímpar. Esta dança contem ampla gama de humores e sentimentos para o dançarino expressar, incluindo acontecimentos do dia a dia.
A contagem desse ritmo é percebida coo 1 -2 -3, 4 5

Figurino:

Os trajes são coloridos, as mulheres enfeitam seus cabelos com lenços ou simplesmente deixam-nos soltos sobre os ombros. Cachecóis e xales de cores vivas, alguns bordados com fios de ouro, vestidos ou sais rodadas normalmente sobrepostas a uma calça que pode ser a "calça harém", utilizada para dançar "sulu kulê", dança também de origem turca.








    
Clara Sussekind
Gestos e Movimentos:  
Gestos que os dançarinos usam tipicamente são do cotidiano, incluindo a lavagem de roupas, limar o suor, admirar as próprias jóias que adornam suas mãos, dentre outros. Alguns movimentos são feitos com os dedos cerrados como se estivesse socando o ar, e também os quadris, simbolizando a força. a expressão facial e corporal traduz poder, ousadia e até mesmo uma certa arrogância. As mãos também podem marcar o ritmo com estalos, palmas e socos no ar. Como em outras formas de dança folclórica, o ritmo é evidenciado e pode ser feita uma marcação de pés que varia muito conforme o andamento da música mas inclui passadas e contratempos. Geralmente os movimentos abdominais e de quadris são feitos da seguinte forma: a área do umbigo contrai ao ritmo e contagem dos cinco tempos. É uma movimentação bastante típica. A movimentação ocorre em toda bacia pélvica, mas sempre partindo do ventre. Predominantemente, ocorrem muitas torções e círculos de quadril. É comum também algumas mulheres demonstrarem força e flexibilidade com o movimento da queda turca e outras evoluções no solo. Os giros se fazem bastante presente nesta dança, com a saia bastante rodada, como na maioria das danças ciganas.



Miriam Peretz
Indicações de Bailarinas para estudo:

Reyhan Tuzsuz,

Artemis Mourat,

Sema Yildiz,

Myriam Peretz e

Clara Sussekind.









Referências da pesquisa: 

1- Gilded Serpent, Belly Dance News- Events>>Turco"Roman Gypsy Dans"opyright 1998 - to current date by Gilded Serpent,LLC

2- Biblioteca de Dança

3- Workshop "Miscelânea Cigana" com Yasmin Nammu (Itália) em São Paulo (2013)