Biografia de Om Kalthoum
(Triana Ballesta)
A cantora, compositora e atriz Umm Kulthoum mesmo a mais de três décadas após sua morte, ainda é reconhecida e reverenciada como uma das personalidades mais ilustres do mundo árabe do séc. 20. Não é por menos que responde pelo título de “a estrela do oriente”, pois sua figura foi fortemente marcada não só no Egito como em todos os países árabes, tanto artisticamente, quanto culturalmente e politicamente. Ela se tornou realmente uma referencial musical e humana – um mito.
Nasceu com o nome de Fatima Ibrahim al-Baltaji na aldeia de Tamay ez-Zahayra em El Senbellawein, província de Dakahlia, na região do Delta, perto do Mar Mediterrâneo. Sobre sua data de nascimento, o Ministério da Informação do Egito parece ter considerado 31 de dezembro de 1898 ou 31 de dezembro de 1904. Provavelmente ela nasceu entre essas duas datas, pois, esta, não pôde ser confirmada.
Sua família era pobre e seu pai, al-Shaykh Ibrahim al-Sayyid al-Baltajil, era um “xeque” local que recitava o Alcorão em ocasiões festivas, como casamentos ou os Maulids (celebrações das datas de nascimento de figuras do islão, como do profeta Muhammad) e sua mãe era doméstica.
Desde muito pequena, Umm kulthoum se mostrou muito talentosa para a música e seu pai, então, lhe ensinou a recitar o Alcorão, que segundo ela própria, havia memorizado o livro todo. Com cerca de 10 anos, seu pai a disfarçou de homem e levou-a para participar da pequena companhia de recitação do qual ele organizava.
Aos 16 anos, começou a aprender músicas de repertório clássico com um cantor chamado Abol Ela Mohamed e poucos anos depois, ela conheceu o famoso compositor e tocador de oud (alaúde) Zakariyya Ahmad, que a convidou para ir à capital Cairo. Porém, só em 1923 ela e sua família se mudaram para a capital onde iniciaram seus estudos na música com professores contratados por seu pai a fim de aperfeiçoar o talento as filha.
Umm Kulthoum freqüentava a casa de alguns artistas e aprendeu a tocar oud com o músico Amin Beh Al Mahdy e se tornou a melhor amiga de sua filha Rawheya Al Mahdi. Nessa época, evitava aparições públicas e sempre andava acompanhada por seu pai, mas já na década de vinte tinha sua própria independência.
A Cantora sempre teve um comportamento controlado e reservado para o meio artístico em que freqüentava, não sucumbindo ao estilo de vida boêmio e sempre enalteceu suas origens humildes e ao apego religioso, o que contribuiu muito para admiração e respeito do publico.
Ao ser apresentada por Ahmed Rami, Kulthum foi introduzida na literatura francesa, pois o compositor estudara na Sorbonne em paris e mais tarde se tornou o principal mentor na Literatura árabe. Ele escreveu 137 canções para Kulthum. Além disso, ela teve contato nessa mesma época com o renomeado músico, tocador de oud Mohamed El Qasabgi e introduziu a cantora no Palácio do Teatro Árabe, onde ela fez seu primeiro grande sucesso público.
Em 1932, sua fama aumentou de fato e Umm Kulthum deu início a uma grande turnê pelo Oriente Médio fazendo shows pelas principais cidades da região como Damasco, Bagdá, Iraque, Beirute e Trípoli no Líbano.
Nesse período Umm Kulthum começou a gravar discos e em 1935 ocorreu a sua estréia cinema, com a longa-metragem Wedad. Este foi o primeiro de seis filmes que contaram com a participação da artista. As canções interpretadas pela artista eram de natureza religiosa e popular.
Sua influência foi tamanha que se estendeu para além da área artística, ao longo de sua carreira teve forte representação popular, religiosa e política. Umm kulthoum se apresentou em concertos privados para a família real que iriam prestigiá-la inclusive nas aparições publicas também.
Em 1944, o rei Farouk I do Egito condecorou-a com o seu mais alto nível de ordem (Nishan El Kamal), porém, apesar desse reconhecimento, a família real se posicionou contra seu potencial casamento com o tio do rei. Essa rejeição feriu profundamente o orgulho de Kulthoum, o que levou ela a se afastar da família real, dando maior empunho as causas populares como, por exemplo, a resposta aos pedidos pelos egípcios presos em Falijah em 1948 durante o conflito árabe-israelense, cantando, então uma música em particular para eles. Foi assim que em 1948 Gamal Abdel Nasser, futuro presidente do Egito, se tornou admirador do talento de Kulthum, pois era um dos militares que assistiram a esse concerto.
Nasser foi um dos que lideraram a revolução sem derramamento de sangue de 23 de julho de 1952 e já se tornara um grande admirador da artista Umm Kulthoum. Nesse momento, os músicos egípcios “guilda”, dos quais ela se tornou membro (e até presidente), estavam sendo impedidos de trabalhar, com a desculpa de que haviam se apresentado ao deposto rei Farouk do Egito. Ao saber que Kulthum não poderia mais cantar, Nasser teria dito algo no sentido de “O que são? Loucos? Querem que o Egito se volte contra nós?”. Assim, puderam voltar a se apresentar no Egito.
Em 1953, casou-se com um homem que a respeitava e admirava, seu médico por muitos anos, El Hassen Hafnaoui, tendo o cuidado de incluir na mesma cláusula de casamento o poder dela de decisão de divórcio, se aplicável. (conduta raramente usada nesse período no Egito e demais países de cultura religiosa mulçumana).
Em meados dos anos 60, a saúde de Umm Kulthoum começou a se deteriorar. Tendo que cancelar seus espetáculos devido a problemas na vesícula biliar e posteriormente infecções no fígado. Ela se mudou para os Estados Unidos na tentativa de um melhor tratamento para sua doença, no entanto, retornou ao seu país de origem com a saúde já muito debilitada, fazendo seu ultimo concerto em dezembro de 1972.
Um Kulthum faleceu no Cairo em 03 de Fevereiro de 1975 vítima de um ataque cardíaco. Seu funeral foi marcado para a mesquita Umar makram, local conhecido por nele decorrerem funerais de altas personalidades egípcias, contudo, teve que ser adiado por 2 dias, devido a chegada de numerosos fãs ao país, mesmo esse adiamento ser contra as práticas funerárias mulçumanas.
Seu funeral foi assistido por mais de 4 milhões de pessoas e a multidão tomou controle de seu caixão, que foi carregado até a mesquita e então liberado para o enterro.
Sua obra e popularidade
"Imagine um cantor com o virtuosismo de Joan Sutherland ou Ella Fitzgerald, a personalidade pública de Eleanor Roosevelt e audiência de Elvis e você tem Umm Kulthum, a cantora mais talentosa de seu século no mundo árabe."
Virginia Danielson, Harvard Magazine
A fama de Umm Kulthoum se tornou grandiosa graças a diversos fatores históricos, sociais, políticos, culturais, artísticos e pessoais tendo o seu trabalho influenciado músicos como Bob Dylan, Maria Callas, Bono, Led Zeppelin e outros.
No início de sua carreira havia duas cantoras que também se destacavam no meio artístico e que também tinham vozes belas e poderosas, eram elas: Mounira El-Mahdiya e Fathiyya Ahmad. No entanto, Umm Kulthum se destacava por ter um maior controle sobre sua voz, como também maior impacto emotivo vocal, isso fez com que atraísse os melhores e mais famosos compositores, músicos e poetas para trabalhar com ela.
Ao final da década de 20, Mohammad el Qasabgi, que era o tocador de oud de maior técnica e um dos mais talentosos compositores árabes do século XX, porém, ainda não reconhecido, formou sua pequena orquestra (takht), composta pelos instrumentistas da mais alta técnica. Ele introduziu na música egípcia instrumentos europeus, como o violoncelo e contrabaixo, além disso, ao contrário da maioria dos artistas que lhe eram contemporâneos, que realizavam concertos privados, muitas de suas performances junto a Umm Kulthum eram abertas ao público, o que contribuiu para que a música clássica, vista como elitista, transitasse para a música popular árabe.
Seus concertos eram muito longos, cerca de 6h de duração, no qual se poderia interpretar de 2 a 3 canções, assim era um típico concerto de Umm Kulthoum, desfrutando ao máximo e com muita propriedade do meio improvisação característico da cultura árabe. Dentro desse universo, Kulthoum soube desenvolver uma técnica própria de improviso repetindo uma única frase ou trechos de uma mesma música muitas vezes, alterando sutilmente a ênfase emotiva e intensidade a cada momento, foi considerado como "nunca ter cantado uma linha da mesma forma duas vezes".
Para ela, essa interação emotiva com o público era tão intensa que foi o principal motivo que a fez querer parar de atuar no cinema, pois não se sentia satisfeita com a frieza dos estúdios de filmagem, além do mais, as luzes danificaram seus olhos claros e sensíveis, forçando-a a usar óculos escuros na presença de luzes fortes.
A maior parte das gravações de suas musicas foram feitas ao vivo, e nelas é possível captar essa interação da cantora com o público o que torna o resultado antes de tudo fascinante. Poucas de suas gravações foram feitas em estúdio, e essas, por sua vez, foram feitas antes de terem sido cantadas ao vivo.
As musicas representadas por Umm Kulthoum em sua maioria trata de temas universais como amor, saudade, perda, mas ainda há um grande repertório de musicas nacionalistas e religiosas. No entanto, a maior parte de suas canções são realmente tristes. Essa característica pode se notar sem mesmo fazer a leitura de suas letras, pois, apenas ouvindo suas interpretações são claramente notáveis os sentimentos sendo transmitido, o que inclusive, eleva sua sonoridade ao estado de “tarab”, estilo em que a cantora transcende a um estado de êxtase musical. Esse estado de euforia é partilhado entre o artista e o público como uma forma de “catarse”. Habib Hassan Touma explica:
“A intensidade da tarab depende principalmente do desempenho e estilo de voz do cantor, como exemplificado por Umm Kulthoum melódico. Suas performances, muitas vezes, apenas dispõem de uma sequência fixa rítmico-temporal junto à organização das passagens melódicas. Ela trabalha algumas de suas rigorosas formas rítmicas a fim de repetir e variar os trechos individuais de forma improvisada, ou transformar o material musical mais dramático no âmbito dos tradicionais princípios culturais. Suas performances, dessa forma, se definem por entre o que ela apenas interpretou e o que ela mesma criou . O contraste musical entre o fixo e o improviso livremente estruturado, embora relacionados, cria, em geral, uma tensão de opostos que evoca a tarab que é familiar ao ouvinte. A ênfase deste contraste representa o mais marcante elemento estilístico de Umm Kulthoum de arte. " (Música dos árabes, p.149)
Normalmente os compositores escreviam canções especificas para serem interpretadas por Umm Kulthoum. Mohammed el-Qasabji era o compositor que escreveu a maior parte das músicas interpretadas por Kulthum no início de sua carreira, no entanto, a partir da déc. de 30 que a cantora obteve maior sucesso com as composições de Riad el-Sounbatti e que continuou a escrever para a cantora até a sua morte, sendo o compositor que forneceu o maior número de canções à estrela durante sua carreira.
Em 1934, Umm Kulthoum já era certamente uma das cantoras mais famosas do Egito e foi escolhida como a artista a inaugurar a Rádio Cairo com sua voz em 31 de maio. Foi também nos anos 30 que a cantora começou a participar de musicais e em transmissões regulares na rádio ao vivo de seus shows além de sua estréia no cinema. Era conhecida por esvaziar as ruas do Cairo durante sua transmissão.
Os anos 40 foram muito representativos em termos de fama e também apuro técnico de sua incrível capacidade vocal, diz-se que sua voz clara e forte fazia 14000 vibrações por segundo, esse período foi popularmente nomeado por “idade de ouro” de Umm kulthoum. Muito de seu trabalho neste momento foi escrito por Zakariya Ahmed, suas composições tendem a ser relativamente simples, permitindo amplo espaço para a improvisação tanto para Umm Kulthoum quanto para seus instrumentistas. Isso representou uma mudança dramática das canções românticas modernistas dos anos 30 o que resultou num repertório populista e duradouro para o público egípcio.
O ativismo político de Umm Kulthoum aumentou depois da revolução Egípcia de 1952. Em entrevistas, ela falou abertamente sobre seu reconhecimento e crescimento a partir do empobrecimento da população do Egito e suas esperanças.
Após a derrota do Egito na guerra de 1967 contra Israel, ela, Kulthoum realizou uma série de concertos para beneficiar seu país. Em meio aos grandes problemas de ordem política, econômica e cultural que o Egito enfrentava, a cantora foi símbolo marcante para a reestruturação da nação apoiada por uma relação estreita de amizade com o presidente Nasser que encaminhou seu governo ditatorial rumo a um ideal de modernização e identidade cultural da nação egípcia financiando e incentivando diversos ramos de produções artísticas como o cinema, música, literatura, dentre outros.
Kulthoum alem de arrecadar fundos para o governo, investiu em obras de caridade e ficou famosa por fazer doações aos pobres. Uma das notas de sua biografia diz que ela ajudou mais de 200 famílias de agricultores durante sua vida. Além disso, a cantora sempre viveu, sem ostentação e com o desejo de ficar mais perto da vida dos seus compatriotas.
Nessa década de 60, Riad el-Sounbatti escreveu canções como ""Al Atlal" (1966) é particularmente um famoso trabalho deste período, pois, a princípio, trata-se de um poema de amor, mas as palavras abrem espaços a outras interpretações de cunho político e crítico com relação a situação política vigente no Egito. Virginia Danielson (sua biógrafa) descreve: "Várias das linhas clímax tem um significado político: Dá-me minha liberdade, de libertar as minhas mãos!" Eu tenho dado livremente, eu tenho travado sem nada sangrar. Ah, o que suas correntes fizeram ao meu pulso... . Em 1966, essas linhas foram vistas por alguns como destinatários as medidas repressivas do governo Nasir. Após a derrota egípcia de 1967, adquiriu um significado maior , sugerindo um sentimento de cativeiro de muitos egípcios e árabes no mundo inteiro. " (Voz do Egito, p. 180)
Na sequência da derrota do Egito na guerra de 1967, ela realizou uma série de concertos para beneficiar o Egito.
“Inta Omry” (1964) foi a primeira peça Mohammed Abdel Wahab composta por Umm Kulthoum, e é também a primeira vez em que ela cantou acompanhada ao som de uma guitarra elétrica que foi introduzida na formação dos instrumentos. Isso não é uma coincidência: Abdel Wahab é por vezes referido como um "modernista" no sentido de que ele adotou novos instrumentos estrangeiros. Uma grande atenção foi dada à produção em estúdio dessa canção: "Sayyid al-Masri (que esteve diretamente envolvido) estima que a edição de 'Inta Omry” durou " 200 horas ". (Shaping Tradition, p. 263).
Baligh Hamdi, um jovem compositor na época, também começou a compor para Umm Kulthoum na década de 1960. A gravação ao vivo de Baligh Hamdi é "Baid Anak" (1965) demonstra a impressionante forma com que Kulthoum cativa seu público. Gravação revela um membro da platéia, muito entusiasmado grita muito alto logo após Kulthoum começar a cantar, a artista simplesmente tece seu canto em torno de seu choro, sombreado por ela corre o kanun improvisado, e afirma controle total sobre a platéia.
Hoje, mais de 300.000 gravações da cantora são vendidas anualmente em sua terra natal. A voz do "Rouxinol do Egito" ainda paira nos cafés do Cairo, nos táxis, parece estar a correr na brisa de Alexandrina. Para os egípcios há duas coisas que nunca mudam no Egito: as pirâmides e a voz de Umm Kulthoum. Um filme biográfico, “Umm Kulthum: A voz do Egito” foi lançado em 1997 e uma biografia foi escrita pela americana Virginia Danielson em 1991 pela Universidade de Chicago.
A música de Umm Kulthoum e a dança - Considerações pessoais
Somando todos os componentes que completam a magnitude da obra de Umm Kulthoum não é difícil entender o motivo que a leva ocupar uma das principais referências musicais (me arrisco em afirmar, a principal referencia musical) utilizada não apenas como uma necessidade superficial para a realização da movimentação corporal técnica da dança, aliás, essa interpretação ou “manipulação” empregada na relação musica-dança não é aplicável a esse gênero de dança, pois, este, carrega uma hereditariedade histórica, geográfica e cultural que a condiciona a uma conduta muito mais ampla e aprofundada de expressão artística.
A importância da utilização da música de Kulthoum como referência para a dança do ventre e demais variedades de danças tradicionais da cultura árabe está diretamente ligada à própria transformação histórica e cultural que o Egito e o próprio Oriente Médio passara no período entre o final do séc. XIX até os anos 70 e podendo se estender até hoje devido a sua forte e tradicional cultura que luta contra a ocidentalização.
Unindo o grandioso talento de Kulthoum aos compositores de renome, à necessidade e a política de reestruturação e reafirmação das raízes culturais egípcias com a advento do rádio, cinema e televisão traçou-se tradições culturais renovadas também e destas, o surgimento do mito Umm Kulthoum.
Obviamente a sonoridade criativa e emotiva das canções de Kulthoum é prato cheio para qualquer bailarina de Dança do Ventre, pois é a partir da música que a bailarina demonstra sua sensibilidade e através de seu corpo transcende essas emoções, para si mesma e para o público.
Outro fator de extrema relevância é o fato de que a artista é símbolo da popularização da música clássica. A abertura desse canal de estreitamento entre o “nobre” e o “popular” tornou possível a glamorização da dança do ventre, mudando radicalmente daí por diante a história das danças orientais no mundo. Pois a dança, uma vez popular e grosseira, necessitou de maior refinamento em detrimento da música clássica. Esse refinamento se deu tanto nas técnicas dos movimentos corporais quanto nos trajes, vestimentas e conduta profissional e artística das bailarinas.
A partir desse momento, as bailarinas ocuparam outro espaço social e artístico, agora surgiam as “estrelas” no mundo da dança, a exemplo disso temos Samia Gamal que inclusive desfrutava de composições musicais de Kulthoum e Mohamed Wahab feitas exclusivamente para ela.
Tecnicamente falando, as notas musicais, os instrumentos, os ritmos e as vibrações sonoras da maior parte das canções que ficaram marcadas por Kulthoum, são incrivelmente satisfatórios para qualquer bailarina que possui boa formação clássica oriental. Sua leitura corporal deve responder tanto à melodia quanto às nuances e mudanças rítmicas que compõem a sequência musical, além da percepção e leitura dos diferentes instrumentos musicais que lhes são característicos, não deixando de lado jamais seus solos com base de improvisação como também se deixar infiltrar pelo estado de tarab.
Realmente é intrigante pensar em como tal riqueza e sutileza auditiva despertada por Kulthoum conseguiu abranger todas as camadas da população do Oriente Médio. Certamente porque essa riqueza não é apenas auditiva, está relacionada a questões propriamente humanas. Tão ou mais intrigante ainda é o fato da revelação de tal mito ser representada por uma mulher, em uma cultura que restringe tão rigorosamente a liberdade feminina.
Podemos imaginar então como se deu esse impulso da liberdade feminina e aceitação social e artística das bailarinas da Dança do Ventre?
Bons estudos!
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