quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A dançarina (Almiro Andrade)

Este poema foi escrito por um grande amigo.
Uma sensibilidade incrível, foi escrito em 1996, quando eu ainda era uma jovem dançarina; hoje, na maturidade desta Arte, ainda me identifico plenamente com suas palavas.
Minha alma e vida de dançarina em palavras, pelo talentoso poeta! 
Preservei os negritos e a grafia original tal e qual me foi enviado.




A dançarina  
(Almiro)

Qual a longevidade da vida
curta se lhe parece mortal
com traços definidos
limitou seu passado
e de volta ao presente
de presente
seu mundo caiu
As mãos soltas no espaço
em movimentos sutis
revelou traços de alegria
E a entendem assim
Não sabem porém
que apenas consolam
o que há dentro de si
No seu próprio ritmo
fez da dança a evolução
Se entregou como parte
e partistes sem nada dizer
Agora nada mais
Sem ti, sem ninguém
O compasso da música
na disputa se transformou
Qual a longevidade da vida
curta se lhe parece mortal
Entendeu o Inevitável 
Mudou o cenário
A platéia atenta
se contenta
contempla a emoção
Não viram a mudança
Perdem-se na fantasia
Suspiro
As mãos tocam o chão
O silêncio ecoa
Terminou?
Explode-se de novo na dança
e gira sorrindo
Vê a vitória surgindo
O Adversário reconhece
abençoa a decisão
O espetáculo se eterniza
Qual a longevidade da vida
agora se lembra
"Sou imortal"

 

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