sábado, 19 de dezembro de 2009

O Poder Feminino- slides do curso sobre a dança e o feminino, ministrado por Yasmine Amar



O Poder Feminino


O corpo como veículo para restabelecer o equilíbrio,
o centro e a harmonia à experiência feminina.”



Este trabalho tem como principal objetivo trabalhar , através dos movimentos da Dança do Ventre, a delicadeza, a sensualidade, a feminilidade e o poder que toda mulher possui e, muitas vezes desconhece- o Poder feminino!

Segundo Shokry Mohamed (famoso bailarino e coreógrafo que nasceu no Cairo em 1951) a Dança do Ventre utiliza a força espiritual interior da bailarina.
Portanto, quem dança expressa toda a força de sua personalidade, deixando aflorar a sensualidade feminina.


Através de movimentos sinuosos, circulares, arredondados, formas geométricas infinitas que nos reportam ao feminino essencial e sua representação cósmica, a mulher consegue trazer essa força simbólica e arquetípica para seu corpo e sentí-la em sua alma. Quanto maior for a consciência com relação aos movimentos interiores, mais profunda será sua experiência.


O feminino é a lua,
é yin, o escuro,
o úmido, o suave,
o passivo, a terra,
a profundidade,
a interioridade,
o sentimental, o passado, o repouso, a noite, a imanência, a subjetividade,
a síntese, o coração, a orientação para as pessoas...




"Palácios e Desertos , venham !
Pois é tua esta Dança !
E este coração que não pode mais viver sem ti.
Tu és como a uva, que se renova líquida e flui. Vai mais longe e diz que sem ti não estou aqui..." Kalil Gibran



(Ruth Saint Dennis)


A dança pode ser um veículo que coloca novamente as pessoas em contato com sua criatividade, com os sonhos e esperanças. Acima de tudo, ela transmite uma linguagem simbólica rica, material vindo diretamente do inconsciente. Portanto, a dança possibilita externalizar nossos conteúdos internos. É o inconsciente que se torna consciente.




Existem vários padrões ou modelos de feminilidade...
Toni Wolff, discípula de Carl Jung, desenvolveu uma tipologia para a mulher.
A sua tipologia descreve quatro tipos femininos, quatro arquétipos femininos:

A Amazona,
a Hetéra ,
a Mãe e
a Mediadora.




AMAZONA

é a guerreira,
a mulher independente, livre,
é a mulher que "vai a luta",
Artemis, a mulher forte.
é a natureza, a xamanista, a caçadora, amante dos ermos, a senhora das feras e a aventureira.
A Amazona possui a característica da temperança, é a dominadora.






A HETÉRA
é a mulher sensual, sedutora, atraente.
A Hetéra é Afrodite, que carrega consigo a sexualidade,
a sensualidade, o romance,
a beleza e a paixão.
Para ela o corpo é sagrado,
sendo também ela a concubina, a patrocinadora das artes e a rainha dos salões.
A Hetéra é a mulher sensual e atraente.




A MÃE
é a mulher maternal,
a "mãezona", toda voltada para o lar e os filhos. A Mãe é Hera,
a mulher matriarcal e voltada para o lar, para a família e o casamento.
É a deusa protetora dos casais, e que tem ciúmes do marido.
A Mãe é a mulher maternal e super-mãe, de seus proprios filhos e dos filhos que o Mundo lhe empresta.



A MEDIADORA
A mulher Mediadora é racional, serena, pacífica, equilibrada, centrada.
A Mediadora é Atena, a civilização, se relaciona com educação, cidade, cultura, carreira, profissão, competição, intelectualidade e a racionalidade. A justiça é a característica básica da mulher Mediadora.
Atena é a deusa racional, nascida da cabeça de Zeus.
Também é a mulher sábia, centrada, racional e serena que possui calma, serenidade, sensatez, ordem, objetividade.
A Mediadora é a mulher "antiga", sábia e centrada.


Toda mulher possui esses arquétipos inseridos em sua psique, sendo que um deles (ou mais de um) pode estar evidenciado, ao mesmo tempo em que outro (ou outros) pode estar reprimido. Cada um desses modelos-padrão pode também se constelar à medida em que a mesma evolui ao longo da vida.
A mulher, portanto, deve procurar se conscientizar do arquétipo ou arquétipos que são vivenciados a nível exterior, e os que possam estar inconscientes ou mal resolvidos, afim de uma maior integração consigo mesma e com a própria vida.
A Dança imita a vida, ou seja, quando dançamos podemos externalizar, conscientes ou não , estes arquétipos. Por exemplo, numa entrada em cena de uma música clássica, o arquétipo que buscamos pode muito bem ser de uma Ártemis, precisa, guerreira, altiva. Já num momento lento da mesma música, podemos buscar sermos como Afrodite. O que estará refletido em nossa postura corporal. Ártemis pede a caebça altiva, postura extremamente elegante. Já Afrodite , nos pede um "desmontar", um movimento de cabeça mais sinuoso e relaxado, languido. Bailarinas que dança a música toda como Ártemis nos passam força, sim, mas deixam a desejar em sensualidade. O contrário também é perigoso, Afrodite em excesso pode tornar a dança picante, apimentada demais. O ideal é permitir que todos os arquétipos possam passear em sua dança de maneira sutil e delicada.
Trazer poesia e obras de Arte para sua Dança fará com que você consiga transmitir mais riqueza de intenções e sentimentos, compartilhando beleza e Arte com seu público, de forma a ser um diferencial em sua performance e em sua vida.


Trilhando o caminho das antigas deusas aqui estamos nós, imersas em véus e jóias, livres e felizes para prosseguir sempre rumo a este maravilhoso mundo de sonhos reais.



“... Ela caminhava com os pés descalços... Ela dançava agora para seu próprio deleite, num torvelinho em harmonia... Uma dança espiritual que nem o caráter comercial, nem a reprovação religiosa, nem mesmo a mudança dos novos tempos poderiam alcançar e, apagar a chama.” (Wendy Bonaventura – The Serpent Of The Nile)

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