segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dança do Ventre – Como obter benefícios em gasto energético e tornar esta Dança uma atividade aeróbia.

Dança do Ventre –
Como obter benefícios em gasto energético e tornar esta Dança uma atividade aeróbia.

Muitas vezes ouvimos dizer que a Dança do Ventre é uma atividade aeróbia e encontramos cada vez mais esta atividade ocupando espaço nas Academias de Ginástica como opção para um treino aeróbio. No entanto, dizer que uma aula de Dança do Ventre constitui em essência um treino aeróbio é uma afirmação bastante equivocada. Pode ,sim, tornar-se um excelente treino aeróbio desde que a atividade seja planejada e direcionada para esta finalidade. O que ocorre é que as fontes energéticas desta atividade são, sim, predominantemente aeróbias. No entanto, a partir do momento que se interrompe uma seqüência de deslocamentos para executar um movimento ondulatório, por exemplo, passou-se a exigir da musculatura, ou seja, neste momento, a fonte de energia deixa de ser o oxigênio e passa a ser glicose ou glicogênio do músculo, o que torna a atividade, imediatamente anaeróbia.
Em geral, utilizamos todas as fontes energéticas tendo predomínio de uma sobre a outra dependendo principalmente do tempo e da intensidade do exercício.
Numa apresentação de Dança do Ventre, quando a bailarina entra em cena com seu véu,num deslocamento, está utilizando o sistema aeróbio. A partir do momento que ela pára pra executar um “oito”,por exemplo, já interrompe e passa a utilizar o sistema anaeróbio.
Mas há possibilidade de executar essa dança como atividade aeróbia, numa aula ou como treinamento? Sim, há essa possibilidade. Quando objetivo é dar uma aula que substitua um treino aeróbio, minha sugestão:
1) Fazer um aquecimento dos grandes grupos musculares envolvidos, sem estiramento, apenas preparando o corpo para a atividade. O ideal deste aquecimento é ter uma duração de 5 minutos, utilizando uma música entre 80-100 bpms.
2) Parte especifica utilizando a Dança do Ventre como treino aeróbio –
Esta parte pode durar 30 minutos, no caso de fazer uma aula parcialmente aeróbia ou até 50 minutos, no caso de ser uma aula totalmente aeróbia. Podemos iniciar com um ritmo mais cadenciado, como o maqsoum e passar para um ritmo mais acelerado, como malfuf, que permite muitos deslocamentos , intercalando com Said, que permite saltitos e também deslocamentos. É importante montar um cd e planejar a aula com estes ritmos de maneira a não haver interrupção. O ideal para um bom condicionamento é utilizar uma música entre 140-150 bpms. Existem cd´s mixados mas você pode montar um cd e levar para algum DJ mixar com as batidas que definam o ritmo de sua aula/treino. Um bom cd é o Belly Dance Beats.
No caso da aula ser dividida em parte aeróbia de 30 minutos, e parte anaeróbia, na segunda parte , pode-se executar uma série de movimentos ondulatórios, que fortalecem a musculatura abdominal quando executados de maneira correta, com correção postural e consciência corporal. É importante que a professora oriente a aluna para ter consciência de cada porção do músculo solicitada em cada movimento.
3) Por final, uma sequência utilizando movimentos da primeira e da segunda parte da aula, unindo as duas partes da aula e um bom relaxamento ou volta à calma.

Esta é uma sugestão de aula para utilizar-se da Dança do Ventre como modalidade em Academia de Ginástica, obviamente que difere bastante da abordagem de conteúdo de uma aula artística, onde o foco é aprender esta Arte como um todo e ocorrem, naturalmente, muitas interrupções e inserções de informações por parte da professora.
É claro que esta abordagem não impede que a aluna também desenvolva seu aprendizado, mas conteúdos conceituais deverão ser adquiridos separadamente.
Basicamente com essa estrutura, a professora pode variar, mas sempre lembrando que, quando o objetivo é praticar um condicionamento aeróbio, é fundamentar que a atividade seja praticada de forma linear, ou seja, o ritmo constante, que eleve a freqüência cardíaca e mantenha estável esta elevação. Cada interrupção faz com que outro sistema, o anaeróbio, atue.
Este treino também é uma boa sugestão para bailarinas que queiram melhorar seu condicionamento cardio-respiratório, através de um treino específico da modalidade. Pode ser incrementado aumentando os bpms da música e fazendo um controle da freqüência cardíaca.

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