quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Formas da Música Árabe


Formas da música árabe




(Fonte : curso com Lulu Sabongi - este artigo faz parte das anotações e da interpretação de Fátima al Sayyd sobre as informaçes passadas no curso)



FORMAS DA MÚSICA ÁRABE



1-Música litúrgica:É a música específica, que acompanha as preces e versos do Alcorão.

2-Baladi:Baladi é muito mais que um ritmo, uma dança ou um estilo; é uma filosofia, uma cultura, é o que se refere à música e à dança de um povo das redondezas do Cairo.("minha terra")

3-Aghani:Musicalmente, temos o Aghani, que são melodias cantadas, com padrões fortes. Estas variações que o cantor executa são muito difíceis de ser dançadas.


4-Tarab:Tarab designa "encantamento". Seu nome original é Takht. Antigamente sua orquestração era composta apenas por instrumentos clássicos tradicionais, e na percussão o pandeiro (req), fazia a parte principal, sendo dispensável o uso da tabla (derbake). O teor melódico realiza jogos complexos. Hoje é possível encontrar no tarab instrumentos ocidentais mais modernos.É um estado de transcendência que o artista e o público alcançam durante a apresentação. É um ingrediente essencial para uma boa apresentação de música clássica. Para ouvir tarab, dizem que é necessário uma dose de relaxamento e disposição para parar um pouco, beber algo agradável e apreciar, com calma e sem pressa, a música.


5-Atéba:O atéba é uma forma folclórica de cantar nos países orientais. Consiste de quatro versos seguindo um formato e métrica específicos.


6-Dalaouna:Outra forma folclórica de cantar no Oriente. São canções de amor onde os versos todos rimam com ouna ou ona.


7-Zajal:Forma oriental popular de poesia improvisada, que é recitada em canção.


8-Nadb:Estilo parecido com zajal, mas recitado nos funerais.

9-Mawwal:É um solo vocal, o qual é cantado antes que os músicos apresentem a canção principal. Usualmente este solo é cantado no mesmo tom da canção principal e sempre seu tema versa sobre amor e perda.


10-Andalousiyyat ou Mouwashahat:Estas são formas clássicas árabes, cujas raízes voltam à Andaluzia, na Espanha. Aparentemente os árabes, na Espanha, queriam a música liberta das regras rígidas da música clássica e suas formas, criaram então, esse novo estilo de música, com leve toque espanhol que, por vezes, lembra o flamenco.


11-Qudud Halabiyya:Forma folclórica de cantar em estrofes,originária de Aleppo, na Síria. Ex.: Sabah Fakri.

12-Rai:Forma de música pop algeriana, que desenha dentro dos estilos tradicionais algerianos e árabes uma mistura com outras raízes, incluindo até mesmo Reggae.Essa última é muito mais recente.

Chegando bem pertinho da música árabe antiga...




*Estrutura formal Arabe-Andaluz



Os mouros, termo europeu para designar os árabes e bérberes, ficaram na Espanha por 700 anos. Inicialmente conquistaram a Andaluzia, como eles a batizaram no início do século VIII e por algum tempo ela permaneceu não mais do que uma remota província do Império Islâmico em expansão. Ainda em tempo, a Andaluzia, que compreendia uma área maior do que a que conhecemos hoje por este nome, se tornou o maior canal da civilização islâmica para o Ocidente. Nos idos de 750 a dinastia de Umayyad foi expulsa de Damasco e se estabeleceu na Andaluzia. A apaixonante cultura Ummayyad trouxe a música tradicional da Arábia Oriental para Espanha, onde mais tarde foi modificada pelas influências gregas e se tornou a música Árabe-Andaluz que estabeleceu suas raízes no Norte da África. Em 1822 o músico Zuyab chegou na Espanha da Corte Abassid de Bagdá, trazendo com ele formas musicais persas que tinham sobrevivido na Andaluzia e ainda hoje permanecem no flamenco. O primeiro conservatório de música foi fundado no século XII em Córdoba, naquele tempo um dos centros culturais mais celebrados da Europa. Até aquele momento, a maioria dos habitantes da Andaluzia falava árabe e tinham adotado a fé do Islamismo. A dominação islâmica da Espanha durou até o século XV quando a unidade do califado se enfraqueceu e aconteceram divisões étnicas e tribais, expulsando os muçulmanos da Europa em 1492.A penetração múltipla de estilos artísticos na Espanha Mourisca deixou mais do que uma esplendida arquitetura.
No sentimento, o ritmo do cantar, a música da Espanha é mais árabe do que européia.


Flamenco é uma mistura de elementos mouriscos, andaluzes e ciganos, e sua forma mais antiga é especialmente árabe no sabor com ritmos separados por leves pausas. Esta é uma característica tanto das canções quanto das composições instrumentais.O principal instrumento do flamenco, a guitarra (violão), se desenvolveu a partir do alaúde, o clássico instrumento da música árabe. O alaúde, que provê tanto a melodia quanto o ritmo, é o protótipo no qual a teoria da música árabe é baseada. Ele é cavado um único bloco de madeira. Através da Espanha Mourisca, o alaúde encontrou seu caminho para o resto da Europa, mais tarde se transformando na guitarra dos dias de hoje.




Os instrumentos rítmicos de música oriental tanto folclórica quanto clássica são o derbake (darbuka na África) e o tabla (no Egito). Este instrumento parecido com o pandeiro ou pequenos tambores do Brasil, produz sonoridade intensa e nas mãos de um músico habilidoso, os mais sutis embelezamentos na música.A música oriental moderna tem sido influenciada de diversas formas pelo Ocidente, formas que às vezes são bem-vindas, e as vezes não. No Yemen, músicos que tocam canções ou melodias tradicionais são respeitados enquanto outros que utilizam um estilo ocidental são tratados com desprezo. Contrariamente no Egito e Líbano música ocidental tem sido aceita pela diversidade que oferece. A influência ocidental na música egípcia deriva das tentativas no final do século XIX para modernizar o país e do impacto posterior da mídia. Este impacto foi concentrado nas grandes cidades.Ao contrário da música ocidental, a música árabe não desenvolveu o uso da harmonia. A razão básica é que harmonia depende de um sistema tonal fixo (um espaço invariável entre notas). Toda escala na música árabe tem certas posições fixas - tons e meios tons - como na música ocidental, mas entre eles existem notas sem lugar fixo e que caem em posições ligeiramente diferentes numa escala cada vez que são tocadas..
Na música árabe, uma única oitava pode conter algo entre 18 e 22 notas com intervalos tão pequenos quanto a nona parte de um tom. As únicas composições que podem incluir harmonias simples são aquelas baseadas na melodia e escala ocidental. É este tipo que ouvimos nas gravações orquestradas modernas.Do final do século XIX para frente, novas escalas melódicas padrões métricos e tipos de composição foram absorvidos dentro da música no Egito, enquanto o tipo de instrumentos usados numa orquestra mudava e crescia em variedade. O "tabla" originalmente um instrumento "baladi" se tornou proeminente nas orquestras apenas depois de I Grande Guerra Mundial. O tradicional grupo de quatro ou cinco instrumentos cresceu para uma orquestração completa. O estilo europeu das bandas militares resultou na gradual adição dos metais, enquanto violino, órgão elétrico, acordeom e violoncelo gradualmente foram aceitos e se transformaram em parte de uma orquestra egípcia.Quanto maior o número e a variedade dos instrumentos, mais fácil é criar uma rica sonoridade. Como as bandas cresceram de 5 a 6 componentes para as grandes orquestras de hoje, também a música ganhou uma textura mais rica, com instrumentos específicos ou grupos de instrumentos dominando certos trechos da música. Os percussionistas produziram uma ornamentação mais complexa nos ritmos, e uma música que no passado tinha sido principalmente improvisada se tornou mais estruturada.


O resultado da maior complexidade da música árabe pode ser visto no Taqasim, que aparece diversas vezes durante uma composição longa. Taqasim (sing Taqsim) são solos instrumentais que conectam as várias melodias de uma peça extensa e servem como interlúdio entre elas. Durante o Taqasim, o instrumentista vem a frente (metaforicamente falando) para improvisar, enquanto os outros suavizam seus instrumentos ou até mesmo assumem um papel menor, muito parecido com a improvisação do jazz.


Nai (flauta de bambu), é um dos mais evocativos instrumentos da música árabe. A nai tem uma qualidade de evocar um forte desejo melancólico que pode causar arrepios e emoções no corpo humano. Os mais meditativos e espirituais elementos na dança são freqüentemente inspirados por este instrumento, usando lânguidos movimentos dos braços e tronco superior.


Dentro de uma extensa peça musical, há geralmente três ou quatro Taqasim, em Nai, Alaúde, Violino e Kanoom.Kanoon é o predecessor da harpa e do piano e é tocado com palhetas nos dedos, uma tradição que deriva do tocar isto antigamente com unhas longas. Este instrumento proporciona um som contínuo de vibração no ar que provoca intensos movimentos tremidos na dança.


Um Taqasim começa por explorar umas poucas notas, gradualmente ampliando a gama das notas para criar um caleidoscópio sonoro. Um ritmo suavizado pode então aparecer para sustentar o instrumento solista, enquanto a improvisação se constrói para a próxima escala.Ele então vai desacelerando progressivamente para terminar na escala original. Um dos propostos de um Taqasim pode ser mudar a escala para a melodia que vem a seguir, desde modo ela terminará em uma nova escala. A habilidade do músico é avaliada por quantas escalas ele pode explorar um único Taqasim, antes de retornar à escala na qual a improvisação começou.taqasim geralmente não tem métrica e nunca é tocada na mesma forma duas vezes. Pausas e respirações entre cada frase estendida dão ao público a chance de expressar sua apreciação pela habilidade do músico.





















Agora que sabemos sobre a musica clássica,vale lembrar q muitas vezes são aquelas grandiosas e especificas (no caso) para DV (tradicional e populares) "rearranjadas” para ser dançadas....


ex :As músicas da cantora Om Kaltoum são em sua essência "tarab” - modificada ou rearranjada para poder ser dançada, e muitas vezes temos músicas que foram compostas para bailarinas como a música Set El Hossen, feita para Nagwa Fouad....


Normalmente, compreende toda a gama de movimentos possíveis, divididos em :


Introdução (que pode ser “subdividido” em Introdução e Apresentação da bailarina),


Ápice (que pode se apresentar em “pequenos ápices”. Exemplos: Tammer Henna),


“Descanso” e Finalização.


Introdução – AguardarApresentação – “Desfilar”, reconhecer o terreno, “Cumprimentar com os olhos” ·

“Descanso” – Concentrar-se, “Sentir” a música

Ápice – “Mostrar Serviço” ·


Finalização – “Grand Finale” ·


Importante:Orquestra = Deslocamentos,


Solo = Solo,


Pausa = Pausa.




"A dança nada mais é do que “a Interpretação da música” e deve ser “complementar”, jamais “destoante”!!! Nosso corpo deve ser a manifestação visual do som que ouvimos.”
(Lulu Sabongi)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SEJA BEM VINDA


assalamu aleikum wa rahmatullahi wa barakatuh(Que a Paz, a Misericórdia e a Benção de Deus estejam com vocês)

SEJA BEM VINDA -
As primeiras aulas de Dança do Ventre são muito ambíguas...
Ao mesmo tempo em que a pessoa fica maravilhada com as descobertas, onde tudo é novidade- a sensualidade, a beleza das músicas, a atmosfera de encanto e magia - ela se depara com a insegurança, incerteza de conseguir, bloqueios e limites, insegurança com o próprio corpo, e uma série de outras sensações, nem sempre agradáveis.
E não pense que essas sensações sejam um “privilégio” das sedentárias. Elas atingem qualquer mulher, independente da sua experiência e vivência corporal.
Por que isso ocorre?
Porque a Dança do Ventre traz em si uma abordagem totalmente diferente das manifestações artísticas corporais ocidentais. A forma como os movimentos acontecem, o controle da respiração, a musicalidade árabe , tudo é um Universo que assusta quem está começando. E isso é muito natural. As principais perguntas sempre são:
“ SERÁ QUE EU VOU CONSEGUIR??!! ” “QUANTO TEMPO VOU DEMORAR??!!”
Isso vai depender de muitas coisas, mas a principal delas: VOCÊ
Para que seu aprendizado seja um sucesso e você consiga aprimorar-se cada vez mais nesta Arte, aí vão algumas dicas preciosas:
1. Não exija demais de si mesma. Comemore cada vitória conquistada pelo seu corpo.
2. Confie em sua professora . Ela está aqui para esclarecer, ajudar , orientar. Procure aproximar-se e não tenha medo de expor suas dúvidas, de interromper a aula para perguntar. A resposta que ela vai dar a você pode ser a dúvida que uma colega nem sabe que tem. Conte a ela suas maiores dificuldades e bloqueios. Ela está preparada para apresentar exercícios de ajuda a superar essas dificuldades.
Mas não espere milagres... Ela faz a parte dela, você tem que fazer a sua.
3. Estabeleça pequenas metas diárias de exercícios.
4. Se algum movimento estiver bloqueado , não deixe que a ansiedade faça com que você “trave”. Respire profundamente, faça outros movimentos e depois tente novamente.
5. Cuidado com o “conhecimento de almanaque. Procure fontes confiáveis de informação acerca da cultura que você vai estudar. Não “ engula “ qualquer coisa.
6. Não sinta constrangimento em não conseguir executar um movimento no momento em que está aprendendo. Muitas vezes a aluna vê o movimento no corpo da professora, que geralmente já o executa há muitos anos, e muitas vezes ao dia, e pensa que tem algo de muito errado em si mesma. Saiba que a professora, assim como as alunas mais antigas, que executam com graciosidade e beleza um movimento, passaram também, um dia, pela mesma dificuldade que você está passando... e não desistiram...Todas já sentiram-se “duras” um dia. Procure olhar mais para o que você tem de melhor - As vezes ficamos tristes olhando apenas para nossas limitações não vemos o que temos de melhor. No início, é importante isso , para que nos sintamos capazes e confiantes. A Dança tem que ser algo bom , prazeroso, melhorar tua auto-estima e não fazer com que você sinta-se diminuída .
7. Toda mulher pode aprender , só que cada uma tem seu ritmo, seu tempo. Isso não significa que a pessoa não tenha capacidade ou talento para a Dança.
8. Permita-se ter dificuldade. Permita-se errar. Permita-se ter um tempo só seu para o autoconhecimento. Você só tem a ganhar com isso. Seja mais maleável consigo mesma e relaxe! Permita-se !!!!!!!!!!!! Não compare seu corpo e seus movimentos com os de outras mulheres. Cada corpo tem uma forma de expressar o movimento, única e pessoal. E não tenha medo! Você não está sozinha nessa viagem !!!
Seja Bem vinda !!!!!!! (Yasmine Amar)