sábado, 19 de dezembro de 2009

O Poder Feminino- slides do curso sobre a dança e o feminino, ministrado por Yasmine Amar



O Poder Feminino


O corpo como veículo para restabelecer o equilíbrio,
o centro e a harmonia à experiência feminina.”



Este trabalho tem como principal objetivo trabalhar , através dos movimentos da Dança do Ventre, a delicadeza, a sensualidade, a feminilidade e o poder que toda mulher possui e, muitas vezes desconhece- o Poder feminino!

Segundo Shokry Mohamed (famoso bailarino e coreógrafo que nasceu no Cairo em 1951) a Dança do Ventre utiliza a força espiritual interior da bailarina.
Portanto, quem dança expressa toda a força de sua personalidade, deixando aflorar a sensualidade feminina.


Através de movimentos sinuosos, circulares, arredondados, formas geométricas infinitas que nos reportam ao feminino essencial e sua representação cósmica, a mulher consegue trazer essa força simbólica e arquetípica para seu corpo e sentí-la em sua alma. Quanto maior for a consciência com relação aos movimentos interiores, mais profunda será sua experiência.


O feminino é a lua,
é yin, o escuro,
o úmido, o suave,
o passivo, a terra,
a profundidade,
a interioridade,
o sentimental, o passado, o repouso, a noite, a imanência, a subjetividade,
a síntese, o coração, a orientação para as pessoas...




"Palácios e Desertos , venham !
Pois é tua esta Dança !
E este coração que não pode mais viver sem ti.
Tu és como a uva, que se renova líquida e flui. Vai mais longe e diz que sem ti não estou aqui..." Kalil Gibran



(Ruth Saint Dennis)


A dança pode ser um veículo que coloca novamente as pessoas em contato com sua criatividade, com os sonhos e esperanças. Acima de tudo, ela transmite uma linguagem simbólica rica, material vindo diretamente do inconsciente. Portanto, a dança possibilita externalizar nossos conteúdos internos. É o inconsciente que se torna consciente.




Existem vários padrões ou modelos de feminilidade...
Toni Wolff, discípula de Carl Jung, desenvolveu uma tipologia para a mulher.
A sua tipologia descreve quatro tipos femininos, quatro arquétipos femininos:

A Amazona,
a Hetéra ,
a Mãe e
a Mediadora.




AMAZONA

é a guerreira,
a mulher independente, livre,
é a mulher que "vai a luta",
Artemis, a mulher forte.
é a natureza, a xamanista, a caçadora, amante dos ermos, a senhora das feras e a aventureira.
A Amazona possui a característica da temperança, é a dominadora.






A HETÉRA
é a mulher sensual, sedutora, atraente.
A Hetéra é Afrodite, que carrega consigo a sexualidade,
a sensualidade, o romance,
a beleza e a paixão.
Para ela o corpo é sagrado,
sendo também ela a concubina, a patrocinadora das artes e a rainha dos salões.
A Hetéra é a mulher sensual e atraente.




A MÃE
é a mulher maternal,
a "mãezona", toda voltada para o lar e os filhos. A Mãe é Hera,
a mulher matriarcal e voltada para o lar, para a família e o casamento.
É a deusa protetora dos casais, e que tem ciúmes do marido.
A Mãe é a mulher maternal e super-mãe, de seus proprios filhos e dos filhos que o Mundo lhe empresta.



A MEDIADORA
A mulher Mediadora é racional, serena, pacífica, equilibrada, centrada.
A Mediadora é Atena, a civilização, se relaciona com educação, cidade, cultura, carreira, profissão, competição, intelectualidade e a racionalidade. A justiça é a característica básica da mulher Mediadora.
Atena é a deusa racional, nascida da cabeça de Zeus.
Também é a mulher sábia, centrada, racional e serena que possui calma, serenidade, sensatez, ordem, objetividade.
A Mediadora é a mulher "antiga", sábia e centrada.


Toda mulher possui esses arquétipos inseridos em sua psique, sendo que um deles (ou mais de um) pode estar evidenciado, ao mesmo tempo em que outro (ou outros) pode estar reprimido. Cada um desses modelos-padrão pode também se constelar à medida em que a mesma evolui ao longo da vida.
A mulher, portanto, deve procurar se conscientizar do arquétipo ou arquétipos que são vivenciados a nível exterior, e os que possam estar inconscientes ou mal resolvidos, afim de uma maior integração consigo mesma e com a própria vida.
A Dança imita a vida, ou seja, quando dançamos podemos externalizar, conscientes ou não , estes arquétipos. Por exemplo, numa entrada em cena de uma música clássica, o arquétipo que buscamos pode muito bem ser de uma Ártemis, precisa, guerreira, altiva. Já num momento lento da mesma música, podemos buscar sermos como Afrodite. O que estará refletido em nossa postura corporal. Ártemis pede a caebça altiva, postura extremamente elegante. Já Afrodite , nos pede um "desmontar", um movimento de cabeça mais sinuoso e relaxado, languido. Bailarinas que dança a música toda como Ártemis nos passam força, sim, mas deixam a desejar em sensualidade. O contrário também é perigoso, Afrodite em excesso pode tornar a dança picante, apimentada demais. O ideal é permitir que todos os arquétipos possam passear em sua dança de maneira sutil e delicada.
Trazer poesia e obras de Arte para sua Dança fará com que você consiga transmitir mais riqueza de intenções e sentimentos, compartilhando beleza e Arte com seu público, de forma a ser um diferencial em sua performance e em sua vida.


Trilhando o caminho das antigas deusas aqui estamos nós, imersas em véus e jóias, livres e felizes para prosseguir sempre rumo a este maravilhoso mundo de sonhos reais.



“... Ela caminhava com os pés descalços... Ela dançava agora para seu próprio deleite, num torvelinho em harmonia... Uma dança espiritual que nem o caráter comercial, nem a reprovação religiosa, nem mesmo a mudança dos novos tempos poderiam alcançar e, apagar a chama.” (Wendy Bonaventura – The Serpent Of The Nile)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DANÇAS FOLCLÓRICAS DO ORIENTE MÉDIO



Este material é uma compilação e eu a fiz para um amigo que vai começar a dar aulas de Danças Folclóricas Árabes numa escola aquie m Cuiabá. Além de falar sobre cada dança, no final eu trago uma sugestão de plano de aula de Dança Folclórica e também links de vídeos (selecionados pela sua qualidade técnica) sobre cada uma dessas danças.


É importante que as pessoas que ensinam tenham uma noção mínima das referências em folclore, em especial nomes como Reda e Caracalla. Saber de onde vem cada folclore e qual sua postura cênica.



PARTE I

Danças Folclóricas Árabes e sua prática nas escolas


As Danças Folclóricas Árabes são típicas de diversas regiões do mundo árabe. Geralmente se originaram de situações cotidianas antigas, ou seja, nasceram no seio das manifestações sociais e culturais desses povos.
O Dabke é a dança mais popular no Líbano, Jordânia, Palestina e Síria. o que a torna tão estimada por toda colônia árabe que é formada, em nossa cidade, de sírios e libaneses. A Dança Masculina com bastões, chamada Tahteeb é originária em Port Said, região sul do Egito, uma região muito pitoresca e rica em folclore. De Alexandria, a dança mais conhecida é a Dança dos Pescadores, que sofreu muita influência da colonização grega. Do Golfo Pérsico, temos o Khallige, uma dança pra ser praticada por mulheres e homens, porém, de maneira diferenciada. No entanto, devido a colônia árabe ser predominantemente formada por libaneses e sírios, as danças egípcias despertam pouco interesse. A Dança mais solicitada ainda é o Dabke, pois faz com que estes imigrantes e descendentes de imigrantes sintam muitas saudades de sua terra, seu amor pelo seu País, ao verem uma apresentação ou participarem com um grupo.


Quando falamos em danças folclóricas árabes, temos dois grandes referenciais mundiais que podem basear nossas pesquisas coreográficas:

1) Mahmoud Reda – folclore egipcio
2) Caracalla – folclore libanês


Aqui no Brasil há vários dançarinos que representam e estudam seriamente o folclore masculino, como Nasser Mohamed, Anthar Lacerda, Téo Versiani, Tárik, Márcio Mansur.


“O dabke é o oposto da da Dança Oriental feminina ,a virilidade do homem é sua característica mais marcante, então o dabke é realmente para o homem,e a Dança Oriental para a mulher. Os dois provocam uma satisfação interior,o homem se sente bem quando dança dabke, e a mulher se sente bem quando faz dança oriental.” (Abdel Halim Caracalla).



MAHMOUD REDA




“Nascido a 18 Março de 1930, no Cairo, Mahmoud Reda foi o pioneiro que levou a Dança oriental, no Egito, para os palcos. foi solista e actualmente considerado um dos melhores coreógrafos a nível internacional, havendo quem o aclame como o Fred Astaire da Dança Oriental. Diretor de centenas de Produções, ele andou em tournée por mais de 60 países, tendo apresentado performances nos principais e mais prestigiados teatros a nível mundial, nomeadamente, Carnegie Hall (NY, USA), Albert Hall (London, UK), Congress Hall (Berlin, Germany), Stanislavsky & Gorky Theaters (Moscow, USSR), Olympia (Paris, France) and the United Nations (NY & Geneva).


A Companhia de Mahmoud Reda é financiada pelo governo Egipcio na medida em que é encarada como representando o folclore egipcio tanto a nível da música como das danças. O grupo viaja por todo o Egipto investigando e analizado as danças folcloricas e depois organiza tournées mundiais para promover essas danças como uma forma de arte, digna de respeito.

Aula do mestre do folclore egípcio: http://www.youtube.com/watch?v=KWaLkox35Mw


CARACALLA


O Ballet Caracalla é uma companhia de dança Libanesa que mistura ballet,danças folclóricas
árabes de todos os estilos como dabke,a Dança Oriental (mais conhecida como Dança do Ventre)
É uma das maiores companhias de Dança de todo o Meio Oriente. O grande coreógrafo libanês Abdul-Halim Caracalla inovou ao misturar elementos de dança clássica e moderna à dança árabe tradicional. Seu trabalho é referência mundial e ficou muito conhecido através de suas apresentações no Festival Internacional de Baalbeck (FIB), um dos eventos culturais mais antigos e mais importantes do Oriente Médio. O FIB acontece anualmente durante Julho e Agosto nas ruínas romanas dos templos de Baalbek. Iniciado em 1955, o evento só tornou-se oficial no ano seguinte. Interrompido durante todo o período da guerra civil libanesa, o festival retomou suas atividades em 1997. Desde então, com mais de quarenta mil espectadores, o FIB vem atraindo artistas de renome internacional.

Na acrópole romana, dança e teatro são apresentados em um sítio arqueológico majestoso fazendo das noites estivais momentos mágicos e inesquecíveis. http://www.youtube.com/watch?v=A0hITgjr-YM&feature=related

DABKE



O dabke pode ser executado por homens, mulheres e crianças. Dabke quer dizer: bater no chão com o pé. Era o que acontecia na época dos fenícios, que para confeccionar telhados, os trabalhadores batiam com os pés na argila para amassá-la, acompanhados de tambores. Dessa forma, construíam os telhados de sua aldeia ao som forte dos tambores. Sua principal característica é a alegria e euforia que a torna uma dança muito contagiante. Por ser uma dança surgida em aldeia, traz consigo elementos de cooperação, união e integração, fundamentais para serem trabalhados com grupos de qualquer espécie. Há outra versão sobre a origem do Dabke , e foi recentemente apresentada no documentário brasileiro "Que teus olhos sejam atendidos" sobre o interior do Líbano: o dabke é a dança da vitória! Segundo um pastor da região, os exércitos árabes dançavam em suas vitórias, e a dança representa esse momento de celebração. Talvez as duas versões sejam complementares. A dança é realizada em fila, com os participantes de mãos dadas ou com elas apoiadas no quadril. Na ponta desta fila, há o líder que indica os passos a ser seguidos, podendo este também se soltar da fila e fazer passos mais destros, como saltos, giros, com muita energia. Os passos são coordenados, podendo apresentar variações, como chutes, saltos, e com uma "mexida" nos ombros, mas sempre presos à batida do acento do ritmo com a dos pés. No Líbano, a dança é tão popular, que até os idosos não deixam de dançá-la, é renomeada para Ajra em sua versão "terceira-idade". O dabke se diferencia de acordo com sua região de origem, muitas vezes encontramos a definição "dabke palestino", "dabke libanês".



Em algumas ocasiões o dabke é dançado com um bastão, assim como também no Khaleege masculino dos Emirados Árabes Unidos, o bastão tem apenas caráter simbólico sendo sua movimentação pouco expressiva.



TAHTEEB (Dança do Bastão)



FOTO: 1959 (Reda Troupe)


A Dança do Bastão originou-se no Egito podendo ser realizada por mulheres ou homens. As mulheres normalmente usam um traje denominado Galabeya e dançam com graciosidade, passos da Dança Oriental feminina, com a pulsação do rito executados de forma delicada. A performance masculina é chamada de TAHTEEB, que consisti em demonstrar a força e virilidade , utiliza-se como acessórios SHOUMA (bastão), feito ou com bambu ou cana-de-açúcar. Esta dança tem movimentos fortes, precisos utilizando bastante membros inferiores e superiores, em especial , pulsos.


Ra’as El Nasha’ar (Khaleege)


O Khaleegee é a dança do Golfo Pérsico, lá o ritmo tradicional é o soudi. Neste folclore, os homens também dançam, mas separados das mulheres (ou seja, eles não dialogam na dança, cada um tem a sua parte, e geralmente nem dançam sequer no mesmo espaço).

Este folclore tem origem numa dança beduína, os passos basicamente são a famosa "ginga" e um quê de malabarismo. Eles podem dançar dançam com o bastão ou com um rifle (uma versão dele sem gatilho), o primeiro serve como uma espécie de apoio, para balançarem para frente e para trás, também movimentando-o de forma semelhante ao Saidi (segurando com os braços para cima e o apoiando no ombro) e o segundo o giram sem parar, o jogando para cima e também usando como apoio. A roupa deste folclore é a roupa tradicional dos árabes do Golfo Pérsico. Isto é, muitos deles não usam essa roupa apenas para dançar, mas na sua vida cotidiana também.

El Sayad (Dança dos Pescadores - Egito)




Dança egípcia realizada tanto por homens como mulheres, na qual os homens representam os pescadores e as mulheres representam os "peixes" que estarão na rede. A rede, nesta dança pode aparecer como um objeto real ou imaginário, através de mímica.
O ritmo usado é o Fallahi. O traje é de marinheiro, coletes, calças e bonés típicos.
É muito comum homens dançarem numa teatralização do cotidiano, contracenando com mulheres dançando “Milaya LAff” (Dança do Lenço Enrolado). Milaya quer dizer "tecido" e laff é a palavra árabe para "enrolado". Mileya laff é, então, pano enrolado. Refere-se ao tal véu preto que a bailarina fica a enrolar e desenrolar em cena. Esse traje era muito usado no Egito recente, até meados do século XX. Não tendo dinheiro para comprar tecidos chiques, bordados e coloridos, as egípcias da periferia cobriam-se com esse véu. Iam ao mercado, passeavam, enfim, era seu traje de rua. é, na verdade, a teatralização de uma situação de rua.
Não há uma dança social no Egito com esse tecido. Ocorre que, nas cidades portuárias, particularmente Alexandria e Porto Said, as mulheres baladi, ao fazer suas compras, flertavam com os marinheiros, deixando escapulir o lenço e ajustando-o em torno dos quadris. Os marinheiros tocavam a semsemeya (tipo de música e também um instrumento musical, segundo Mahmoud el Masri), além de fazer som com colheres, chamando atenção das moças.

Essa encenação foi levada aos palcos por Mahmoud Reda, como pode ser visto no vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=SG3iMAfYDvg&feature=related

e ainda:

http://www.youtube.com/watch?v=8vjwkye0PpM



Benefícios da Prática das Danças Folclóricas na Escola


Na atualidade o que acontece é que os corpos dos alunos estão limitados ao espaço que lhes é determinado: a sala de aula. Esse corpo que se movimenta no espaço e no tempo está limitado, precisa dar conta de viver, ser e estar nesse espaço com limites. A idéia é que a dança venha dar conta de mudar essa idéia de corpo inserido num espaço, pois esse corpo deve ser considerado um corpo vivido, que pode ser “educado” a experenciar a capacidade de sonhar.

“Os jovens devem ter sonhos... ou nas palavras do Poeta Paulo Bomfim, um tema para viver!” (Gabriel Chalita)

A dança deve proporcionar situações que auxiliem no desenvolvimento de habilidades motoras, e ao mesmo tempo funcionar como agente direto para o auto-conhecimento. Percebe-se que a dança como arte expressiva do ser humano, passa por evoluções em suas forma e apropriação de cada sociedade e em cada momento, na educação ela também sofre mutações, mas é inegável sua
possibilidade de vivencia significativa corpórea.

GONÇALVES (1994) relata o fato de que corpos na Escola passam a maior parte do tempo sentados em carteiras, distribuídos em filas, pode-se observar claramente que, a Escola acaba de certa forma eliminando do corpo do aluno os movimentos involuntários, a criatividade, a espontaneidade, dando lugar ao pensamento dirigido e às ações voluntárias. Na maioria das vezes
acontece uma aprendizagem sem corpo, existem conteúdos dotados de assuntos que muitas vezes são diferentes daquilo que o aluno vive em seu dia a dia, e o corpo acaba não participando das aulas dentro da classe.
Portanto, a dança se torna essencial neste contexto, pois, possibilita vivências e transformações essenciais para o ser humano, expressa, sentimento, interação e criação são princípios básicos inseridas na dança. No caso específico da Dança Árabe, elementos como improvisação, musicalidade fazem justamente o oposto desse processo, libertando e expandindo a capacidade de síntese e reflexão.

Aspectos físicos :


Queima calorias , auxiliando no processo de emagrecimento;
Aumenta a resistência física, em especial, cardiorespiratória;
Fortalecimento de grupos musculares do membros inferiores;
Melhora o condicionamento das articulações
Confere correção postural e alinhamento postural
Promove o relaxamento muscular aliviando tensões
Desenvolve a coordenação motora e tempo de reação;
Trabalha o equilíbrio
Aumenta a flexibilidade
Desenvolve a agilidade mental
Desperta a noção de musicalidade e ritmo
Desenvolve a espacialidade
Estimula a atenção e a concentração
Aspectos terapêuticos
Auxilia no processo de desinibição e superação da timidez
Desperta a sensibilidade artística e criativa
Desenvolve a expressão
Promove o auto-conhecimento
Eleva a auto-estima
Excelente no combate à depressão por serem danças em grupo e lúdicas
Desenvolve a autoconfiança e a sensação de bem-estar com o próprio corpo
Contribui para o alívio do stress e das tensões cotidianas
Permite um intercâmbio cultural com o mundo árabe




REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:





1) http://www.dancadoventrebrasil.com/
2) Embaixada do Líbano no Brasil http://www.libano.org.br/olibano_arteecultura_mus.html
3) Caracalla http://www.caracalladance.com/
4) http://www.nasserefadwa.com.br/
5) www.efdeportes.com/.../a-danca-na-escola-educacao-do-corpo-expressivo.htm

6)http://www.faridafahmy.com/







VÍDEOS DE DANÇAS FOLCLÓRICAS NO You Tube



1) BANAT ESKANDERIA (DANÇA DOS PESCADORES -ALEXANDRIA)
BRASIL: (TÁRIK E MÁRCIO MANSUR)
http://www.youtube.com/watch?v=aHeNHw4AC0M&feature=related
EGITO: Mahmoud Rheda Troupe http://www.youtube.com/watch?v=SG3iMAfYDvg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=k1fV2rpQ-Eg&feature=related
2) DABKE
Cia Cedros do Líbano http://www.youtube.com/watch?v=U5c57Be-1-s&feature=related
Maira Magno http://www.youtube.com/watch?v=82MKut09Vms e
http://www.youtube.com/watch?v=Y_Vc2W7lJ4I
Anthar Lacerda http://www.youtube.com/watch?v=Nmy212Lq5yY&feature=related
3) KHALEEGEE
Com rifles: http://www.youtube.com/watch?v=m_1L1lLPcos&feature=related
4) TAHTEEB
Anthar Lacerda http://www.youtube.com/watch?v=88eUKguExR4
5) MAHMOUD REDA (AULA) http://www.youtube.com/watch?v=KWaLkox35Mw










PARTE II





PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES PARA IMPLANTAÇÃO DAS DANÇAS ÁRABES MASCULINAS NA ESCOLA

CONTEÚDOS SUGERIDOS: Ensinar uma dança por bimestre
Dabke de roda - libanês e palestino
Dança com Bastões (TAHTEEB) - egípcio
Khaleegee – saudita
Dança dos Pescadores – egípcia
ESTRUTURA DAS AULAS:
AQUECIMENTO – 5 min – Através de exercicios de amplitude articular, preparando o corpo para realização dos movimentos da parte específica
PARTE ESPECÍFICA – MOVIMENTOS E RITMOS – 15 min
Destina-se ao aprendizado, da técnica, postura, ritmo e execução dos principais movimentos da dança a ser estudada naquele bimestre
PARTE COREOGRAFADA – 15 min
Trata-se do aprendizado de sequência coreográfica, que pode ainda ser bom instrumento de avaliação
ALONGAMENTO – 10 min
Com objetivo de compensar a musculatura exigida, em especial e com ênfase, ísquiotibiais, bastante slicitado , especialmente no dabke
VOLTA À CALMA (RELAXAMENTO) – 5 min
Pode ser feita atividade lúdica, ou exercícios respiratórios, que preparem o aluno a voltar a suas atividades e o corpo restabelecer sua homeostase.








sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ENTREVISTA COM MAHMOUD AL-MASRI









Fonte: Publicado em 4.6.09 no blog da bailarina Gamila, que foi quem entrevistou o Mahmoud http://corposemventre.blogspot.com/

20/03/2008
Mahmoud El Masri é o nome artístico de Mahmoud Hassabou, um egípcio radicado no Brasil há 28 anos. Com excelente pronúncia e apenas um resquício do sotaque árabe, devido à longa permanência no Brasil, Mahmoud falou com propriedade sobre a dança do ventre em uma entrevista de pouco mais de uma hora de duração.
Segundo Mahmoud, falar sobre dança do ventre é algo muito complexo. Principalmente no Brasil, onde muita gente se ofende com as críticas desse egípcio que é um profundo conhecedor dessa arte milenar. Ele considera um privilégio poder falar abertamente sobre todos os assuntos aqui e compara nossa liberdade de expressão às restrições de seu país de origem.




“Na minha terra isso é uma coisa um pouco mais rara, mais difícil... Poder expressar da forma que a gente se expressa aqui. Então se eu vivo aqui, um dos maiores motivos é que eu me sinto mais livre, sou um cidadão e posso falar, elogiar, reclamar e me expressar”.




Seguem os trechos principais da entrevista.



Sobre o ensino da dança do ventre nos países árabes
Em primeiro lugar, em vários países árabes a dança do ventre era e ainda é proibida. Onde não havia proibição, o ensino dessa dança foi realizado tradicionalmente pelos homens e não por mulheres. Eram coreógrafos. Existiam apenas coreografias. Não existiam professoras porque a dança do ventre, a meu ver, é a dança da sensualidade, e a sensualidade ninguém ensina. Acho que cada mulher no momento em que está dançando tem sua linguagem própria, seu jogo de quadril, o uso das mãos, sua expressão, cada uma tem um olhar diferente, um sorriso diferente, tem seus passos específicos, tudo é diferente. E se uma professora quiser que ela dance igual a ela, ela perde todo o lado sensual da dança. Há alunas que se destacam, mas isso não quer dizer que precisam ser lapidadas. Acho que se pode lapidar sim, mas o principal é a sensualidade. A dança também pode ter uma conotação sexual, dependendo do tipo de dança. Até pode ser dança do ventre, se a pessoa quiser dançar para o marido ou namorado num quarto, acho que tudo é válido. Vivemos num país diferente, num país livre, cada um faz o que quer. Expressamos muito as opiniões aqui, eu acho que a questão do sexo no Brasil é mais esclarecida, sem dúvida. Os pais conversam muito sobre sexo com os filhos, nas escolas existem aulas sobre isso, propagandas do governo federal. Em comparação ao mundo árabe o Brasil é muito mais aberto em relação a isso.
Para nos referirmos à dança do ventre que é dirigida ao público em geral, é necessário perceber o que há ao redor dessa dança: tradição, costumes, hábitos, modos de dançar, maquiagens, música, ritmo, harmonia, luz, som, palco, platéia. Aqui no Brasil não há essa preocupação. Aqui é a professora, a aluna e ponto final. Considero muito pobre essa visão. O ensino da dança não pode de maneira nenhuma ser rígido. Pode até haver uma rigidez em relação aos horários, essas coisas básicas. Mas expressar uma alegria, eu acho que isso não se ensina. A pessoa sorri espontaneamente, e quando a gente sorri espontaneamente o sorriso é muito mais bonito do que se uma pessoa te ensinar a sorrir. Então são coisas totalmente diferentes. Sentimento ninguém ensina. Essa alegria vem de dentro.



Opiniões críticas sobre a prática da dança do ventre no Brasil
Aqui, algumas vezes, as dançarinas estão mais preocupadas com a estética corporal, em usar roupas transparentes e então fogem da tradição, do costume, acabam caindo na vulgaridade. A dança acaba perdendo a beleza de ser tradicional e estar em um país totalmente democrático. Aqui não existem tradições tão antigas. O Brasil tem 500 anos de idade, é um bebê perante o mundo inteiro. E aqui temos misturas de todo o mundo. Por isso tem gente bonita. Misturas de culturas que procuram preservar as tradições. No sul, os descendentes de alemães e italianos quando em suas danças típicas mantêm a tradição. Não alteram suas roupas típicas achando que precisam mudar os costumes porque vivem num país livre. Nas colônias alemãs as maquiagens, trancinhas nos cabelos, vestidos longos e bem grossos, permanecem sendo utilizados. Até por causa das temperaturas frias da Alemanha se dança com aquelas roupas. E mesmo vivendo no calor daqui nunca substituíram as roupas por algum tecido bem fino... Com as outras culturas acontece a mesma coisa, seja entre os japoneses, chineses, latinos ou russos que estejam morando aqui. Mas quando o assunto é dança do ventre acontece a falta de respeito às tradições. Arrasam a dança. E quando eu tento expressar minha opinião algumas dançarinas respondem que aqui é um país livre e democrático... Muitas delas só se preocupam em se mostrar super sexy... Mas se perguntarmos aos casais e outras pessoas do público o que eles pensam sobre a dança do ventre, muitos vão dizer que é vulgar. Algumas mulheres não querem que o marido assista ao show porque muitas bailarinas quando dançam exibem uma sexualidade que incomoda. Acho que essa mentalidade estragou a dança do ventre aqui no Brasil. E acabou estragando a dança nos próprios países de origem. Estão viajando daqui para lá, com o objetivo de estragar por lá também. E conseguem, tentando dizer que é uma abertura...



Da relação entre professoras e alunas
Em minha opinião, a dança do ventre não chega a ter nem dez passos. Mas para prender as alunas, as professoras demoram anos para ensinar esses dez passos. Agora, eu me pergunto: quem tem mais dificuldade? A professora ou a aluna? Eu não sei. Porque se em um ou dois anos não aprendem dez passos... A professora não consegue ensinar dez passos em dois anos... E isso é um tempo médio, tem gente que demora três, quatro, cinco anos e quando vai dançar ainda não consegue. Outras aprendem, mas quando você olha, elas não estão dançando, são cópias das professoras. Até o sorriso é igual, até o andar é igual. Querem imitar a professora. Aí, quando estão dançando elas não existem, são outras pessoas...
As bailarinas querem modernizar a dança do ventre, mas escolhem nomes artísticos entre os nomes árabes tradicionais. Por que não passam a usar nomes modernos, cibernéticos? Desmoralizam a dança, mas querem ser tradicionais em alguns pontos. Existem muitos equívocos em relação à dança do ventre.
Eu ministro um workshop, mas ele é único. Não dá pra repetir porque não há mais nada o que ensinar. Apenas um já é suficiente. A dança surgiu, foi criada e desenvolvida e está aí. Esse ensinamento é único. Não tem mais o que inventar. É como as notas musicais. Só precisamos de sete notas para compor uma música, na escala tradicional. A dança do ventre é simples assim. Como o alfabeto que já é suficiente para comunicar. E a partir desse repertório temos a possibilidade de criar. É isso que vale! Aperfeiçoar o que você tem, o dom que você tem. Aprenda o básico!



A importância da música e das tradições
No caso específico da dança do ventre, música e expressão corporal nunca podem se separar. São duas coisas em fusão. A harmonia depende das duas coisas juntas.
No Brasil, com essa tendência de misturar várias manifestações acontecem coisas inadequadas. O khaleege, por exemplo, passou a ser uma dança separada, mas não existe kaleege separado. É um folclore onde não existem danças individuais. Esquecem-se das tradições, não estudam o contexto cultural dos países onde as danças são praticadas. Procuram se informar apenas sobre o que está na moda em termos de dança e pronto! Tudo o que movimenta o corpo é considerado dança e fim de papo! Não é por aí. Têm que saber história, tradição, costumes, hábitos. A falta desse aprofundamento dá margem à criação desses equívocos como o que acabei de citar.
No nordeste do Brasil, as mulheres ficam na beira do rio cantando, existem os repentistas, os homens na lavoura... E no mundo inteiro existem esses cantos, alguns para passar o tempo, etc. Até os soldados, cantam em seus treinamentos. Exércitos do mundo inteiro cantam. A música está em qualquer lugar onde a gente anda. Muito importante e as outras coisas se encaixam nela. Os sons... Tudo é musica.



Sobre os problemas do aprendizado e outros comentários
Acho que nós somos modernos, tentamos ser modernos, mas existe o lado racional de pensar, entender. Eu vejo tanta gente inteligente aprendendo dança do ventre, mas eu calculo assim: existem muitos tipos de seita que tentam conquistar adeptos com falsas promessas. Alguns são enganados por essas seitas ou por pessoas, de todas as formas. Às vezes uma pessoa quer vender alguma coisa e te engana. Mas a gente tem que prestar atenção. Se eu for enganado em algum lugar, vou ter mais cuidado em relação àquele lugar. Mas eu vejo muita gente aqui que fala que tem tantos anos aprendendo a dança do ventre e tem vergonha de se apresentar, diz que não sabe dançar, nunca dançou. Eu vejo como se essas pessoas estivessem sendo enganadas. E o tempo passa, mundo anda e ela não está percebendo isso tudo. É isso que eu vejo. Muitas bailarinas que dançam e levaram um tempão pra aprender a dançar.
Não quero falar muito sobre bailarinas do Egito porque, como eu acabei de falar, danças do ocidente foram para lá e acabaram contaminando. Contaminaram com isso que eu digo, modernizaram, colocaram o lado sexual mais importante do que qualquer coisa. Existe uma grande diferença entre a sexualidade e a sensualidade. Sensualidade é sutil e a exposição da sexualidade não é adequada para estar na dança voltada para o público. As bailarinas precisam tomar cuidado com os olhares, os sorrisos de um jeito diferente para as pessoas que assistem. Não confundir a dança com um jogo de sedução. Definitivamente a bailarina não está ali para seduzir os homens.
Então vemos as danças. Tudo bem. Aí passam a ensinar aquilo que nunca se dança. Muitas professoras falam: “vou ensinar tal dança”, mas essa dança não existe, não se dança. Ela vai ensinar para os alunos. Mas por que ela vai ensinar, se ela mesma não dança ou nunca dançou essa dança específica?
Também falam de danças folclóricas e confundem com outras danças. Temos que prestar atenção. O que é dança? Em qualquer parte do planeta terra tem gente que dança, cada um do seu jeito. Então eu não posso pegar a imagem do vizinho, que eu vi dançando na varanda, e dizer que eu vou inventar a “dança da varanda do vizinho”. Isso não funciona! Temos que selecionar as danças que encantam.



Das danças folclóricas
Existem danças folclóricas tão bonitas! São dançadas no mundo inteiro. Mas existem danças que não fazem parte desse grupo. Danças regionais de lugares tão pequenos... Não digo que esses lugares e essas danças não valem nada, não é com essa a intenção que eu falo. Eu falo porque elas não são reconhecidas artisticamente, porque têm mais ritual do que dança, propriamente. Não podemos confundir rituais com danças. Se quisermos mostrar a dança das lavadeiras, por exemplo, temos que representá-la num contexto. Não apresentar a dança como uma coisa isolada, mas como parte de uma cena específica, que pode ser elaborada artisticamente.
Vamos falar sobre o Líbano. Você sabia que hoje temos muito mais libaneses no Brasil do que no próprio Líbano? A dança folclórica libanesa é o dabke, conhecida no mundo inteiro. Uma dança marcante. Com essa dança muitas coisas são festejadas. Ela tem uma marcação forte. O dabke se criou na área do Líbano, Síria, Palestina, em todos esses locais se dança o dabke. Mas o dabke libanês é mais coreografado. A música é preparada exclusivamente para essa dança.
Temos também o saidi: dança folclórica egípcia, até as mulheres da dança do ventre dançam saidi. Aqui as pessoas preferem as danças provocativas. Então, vêm e escolhem a dança da melea laef. E o que é melea laef? Melea laef é uma coisa de respeito. Era uma roupa que se usava tempos atrás, um estilo de roupa, um véu preto enrolado no corpo. Até hoje em muitos países da áfrica usam-se tecidos enrolados no corpo em vez de tecidos costurados. Em alguns países usam a seda. São costumes. Só que a prostituição, que é uma prática muito antiga, se utilizou desse artifício para incrementar as provocações. Algumas mulheres andavam com o melea laef para os portos, aonde chegavam navios de outros países. Sempre houve muita prostituição nos portos, é uma prática conhecida. Onde tem porto, tem prostituição, desde o tempo dos profetas... Então as prostitutas iam mostrar o corpo pra seduzir os homens, com roupas de dormir por baixo... É essa a dança que se mostra aqui. Essa realidade sempre existiu.
A roupa que se usa por baixo do véu melea laef nas danças representadas aqui é uma camisola. A maioria dessas mulheres que iam aos portos usava camisola. Mas muita gente usava melea laef, não quer dizer que era roupa de prostituta. Então melea laef qualquer pessoa usava. Só que as prostitutas usavam para dançar e provocar. Também existiam outras mulheres que usavam esse tipo de roupa em danças folclóricas. Mas o que é representado aqui no Brasil é a imagem da prostituta. Não é o lado folclórico da melea laef. As duas manifestações têm a mesma origem, mas cada uma se desenvolveu de modo diferente.
Aqui, as mulheres dançam fazendo gestos para imitar aquelas mulheres dos portos, sem saber o que estão realmente representando. Não tenho nada contra que se criem peças de teatro para representar a prostituição, mas não precisa da dança do ventre. Para isso, acho que aqui existe muita abertura, existem vários locais onde se pode representar todo tipo de história. Quem quiser pode criar coreografias que mostrem as danças das prostitutas, mas, por favor, não misturem essas representações com a dança do ventre! Isso denigre a imagem da própria bailarina que está dançando e achando que está fazendo bonito. É por essas e outras que a opinião do público do Brasil é de que a dança do ventre está relacionada à prostituição... E isso não sou eu que digo não, eu quero que qualquer professora pergunte ao público o que eles acham, mas não vale entrevistar os pais das alunas, os maridos, as amigas, os familiares, as pessoas que já estão habituadas com essas apresentações. Entrevistem pessoas que não fazem parte desse universo. Quero dizer, a maioria das pessoas que assiste. O que elas vão achar? Vamos perguntar se alguma mulher gosta que o marido vá sozinho assistir dança do ventre? E por que não?



Considerações finais
Eu não concordo com a teoria de que a dança do ventre no Brasil virou moda. Não, para mim não é moda. Virou comércio, uma forma de lucrar. Mas não é moda, nem tradição. Nem sensualidade. E acho que se ensina muito mal. Por que grande parte das bailarinas não sabe que música está tocando, quem é que está cantando, qual instrumento está sendo tocado. Eu quero saber se existe um cantor que não saiba o nome dos instrumentos que estão no palco em que ele canta. Não existe isso! Quem quer ser músico tem que saber o nome dos instrumentos. O mínimo que a bailarina devia saber é o nome da música. Poucas sabem. Mas a maioria fala “eu quero dançar a música número sete!”. Dizem que não sabem o nome das músicas e acham isso normal.
Quando a gente for ensinar dança do ventre tem que ensinar primeiramente a música. Eu costumo falar que a gente dança conforme a música... Dança do ventre tem que ter musica. Se não tem música não tem dança. Pode ter música árabe sem a dança, mas não pode existir dança do ventre sem música. Veja como isso é fundamental, quem for dançar tem que aprender a música. É muito fundamental, o básico dos básicos. A primeira coisa é a música. Ela vai dar inspiração para dançar, ela vai modelar a bailarina que está na sua frente, é com base na música que se faz a coreografia, com ela a dança começa e termina. A dança ensinada no Brasil exclui a música. Consideram importante para o ensino apenas falar dos passos: shimmy, camelo, básico egípcio e pronto. Só falam isso.
Muitas bailarinas falam que é difícil aprender sobre as músicas, mas acham fácil ir a São Paulo fazer roupas novas, comprar um pedaço de tecido, pedrinhas, lantejoulas, e tal. Vasculham a cidade para comprar uma roupa, mas quando o assunto é música, enchem de dificuldades. Para mim, quem tem boca vai a Roma. Dançar é muito simples se você aprender a música. Você vai dançar sozinha, com certeza. Precisa de uma orientação, mas você pode dançar sozinha com a música, sem uma professora, sem saber nada de dança do ventre. Dançará do seu jeito, porque estará entendendo a musica. A música pode te proporcionar essa experiência. Agora imagine se você ainda puder entender o que a musica está dizendo! Imagine o que ela poderá proporcionar. Mas tem bailarina que fala “nossa essa música é uma delícia!”, mas não sabe a letra. E mesmo sem saber nada diz que é linda. Imagine se ela souber o significado do que está tocando, em cada parte o que a música diz... Todas as músicas falam alguma coisa, têm história, por isso foram feitas. Se existe letra, mais ainda. A expressão é mais clara ainda. Mas aqui não se fala sobre isso, não se entende nada sobre isso. Temos que entender como funcionam as coisas, aqui só se mexe o corpo. E quando se mexem querem fazer tudo de forma exagerada. Muitas vezes usam os pontos mais baixos que podem colocar dentro da dança como destaque. Esquecem da simplicidade, da beleza da dança, da suavidade, da sensualidade, esquecem de tudo isso. Colocam agressividade, sexualidade, exageros, vulgaridade.
Agora está na moda inventar danças exóticas para ensinar como novidade. Acho que não precisavam inventar a dança de peneirar trigo na Jordânia. Com todo respeito à Jordânia, mas o que peneirar trigo tem a ver com dança? A dança de recolher feijão da terra? Não existem essas coisas... Vamos pelo mais tradicional. Vamos dançar um dabke, por exemplo, que tem coreografias bonitas, vamos ensinar danças folclóricas árabes, egípcias, temos tantas danças folclóricas lindas, então é isso que eu quero dizer.
Eu não sei se eu peço, se eu rezo ou desejo, ou se eu imploro que possamos olhar para a dança de uma forma diferente. Devemos olhar a dança como arte. Não como quebra-galho ou algo que vai acabar com complexos de inferioridade. Tem gente que dança porque tem complexo com o corpo e a dança do ventre pode curar isso. São coisas que terapeutas vão resolver. Se quiserem usar a dança como terapia, usem, mas não com o público. Usem como terapia pra vocês. Agora não procurem expor suas terapias. Ninguém tem nada a ver com suas doenças. Muitas são doentes. A bailarina não tem que se preocupar só com ela, não. Ela tem que se preocupar com ela e com quem vai assistir à sua dança. Mas no Brasil se preocupam muito com as próprias fantasias...
Não se pode desmoralizar uma dança milenar. A dança do ventre não pertence mais aos países árabes. Ela pertence à humanidade. Nós não estamos fazendo comédia. Temos que respeitar as tradições e os costumes!




terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Poder da Dança do Ventre- baseado no texto de Patricia Bencardini



Para desvendar os segredos desta dança milenar,a bailarina profissional , professora de danças orientais e fisioterapeuta Patrícia Bencardini publicou o livro Dança do Ventre - Ciência e Arte (editora Texto Novo). Resultado de anos de pesquisa, o livro teve a orientação do professor Raul Santo de Oliveira, da Unifesp- EPM e mostra os benefícios da dança do ventre ao corpo humano, boa parte comprovada cientificamente.
De acordo com a autora, é certo que a dança do ventre ajuda na correção e melhora da postura, no modelamento da cintura, no estímulo das funções ovarianas, na diminuição e alívio das cólicas menstruais, na preparação do corpo da mulher para a gravidez e o parto e num melhor controle sobre os esfíncteres, entre muitas outras vantagens.


“O controle sobre os esfíncteres ocorre graças aos exercícios de anteroversão e retroversão pélvica, mais conhecidos como ‘movimento do camelo’. Os movimentos estimulam toda a musculatura e sua correspondente inervação na região do períneo e assoalho pélvico, o que ajuda a prevenir problemas de incontinência urinária”, diz a professora e fisioterapeuta.


Patrícia lembra que o bom da dança do ventre é que não está ligada ao estigma do corpo perfeito. “Há diferentes pessoas fazendo. Desde senhoras e adolescentes até uma mulher mais gordinha”, assegura. A dança do ventre também trabalha a resistência física.

A dança é tão saudável e democrática que também é recomendada para pessoas que já chegaram à terceira idade.


Segundo Denise Salaro, professora de Educação Física e presidente da Associação das Academias de Dança de Campinas (ACED), quando bem administrada a dança tonifica os músculos, os tendões, as articulações e os ligamentos, aumenta a mobilidade articular e auxilia, muitas vezes, no tratamento da artrite, tendinite e dores na coluna. “Além disso, o exercício da dança melhora a coordenação neuromuscular, oferecendo maior disposição para as tarefas do dia-a-dia e auxiliando no controle de peso”, garante.
Não bastassem as muitas vantagens físicas, a dança ainda proporciona a tão importante socialização, fazendo com que o idoso se sinta integrado. “E os desafios de um novo passo ou de uma nova coreografia fazem com que se sintam atuantes, física e mentalmente, pois o prazer de dançar por si só aumenta a auto-estima”, assegura Denise.
Patrca muit bm define a Dança do Ventre ,origens e benefícios. Detalhadamente o faz em seu livro e sinteticamente em seu site: " A Dança do Ventre é uma técnica milenar, com origem entre os povos pré-sumérios, que une arte, beleza e condicionamento físco. Com movimentos especialmente elaborados para o corpo feminino, essa forma de expressão fortalece os músculos pélvicos, abdominais, glúteos, coxas e o corpo como um todo. Também garante maior flexibilidade e feminilidade. Traz auto-conhecimento, melhora a auto-estima e relaxa liberando o stress acumulado no dia a dia. "


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dança do Ventre – Como obter benefícios em gasto energético e tornar esta Dança uma atividade aeróbia.

Dança do Ventre –
Como obter benefícios em gasto energético e tornar esta Dança uma atividade aeróbia.

Muitas vezes ouvimos dizer que a Dança do Ventre é uma atividade aeróbia e encontramos cada vez mais esta atividade ocupando espaço nas Academias de Ginástica como opção para um treino aeróbio. No entanto, dizer que uma aula de Dança do Ventre constitui em essência um treino aeróbio é uma afirmação bastante equivocada. Pode ,sim, tornar-se um excelente treino aeróbio desde que a atividade seja planejada e direcionada para esta finalidade. O que ocorre é que as fontes energéticas desta atividade são, sim, predominantemente aeróbias. No entanto, a partir do momento que se interrompe uma seqüência de deslocamentos para executar um movimento ondulatório, por exemplo, passou-se a exigir da musculatura, ou seja, neste momento, a fonte de energia deixa de ser o oxigênio e passa a ser glicose ou glicogênio do músculo, o que torna a atividade, imediatamente anaeróbia.
Em geral, utilizamos todas as fontes energéticas tendo predomínio de uma sobre a outra dependendo principalmente do tempo e da intensidade do exercício.
Numa apresentação de Dança do Ventre, quando a bailarina entra em cena com seu véu,num deslocamento, está utilizando o sistema aeróbio. A partir do momento que ela pára pra executar um “oito”,por exemplo, já interrompe e passa a utilizar o sistema anaeróbio.
Mas há possibilidade de executar essa dança como atividade aeróbia, numa aula ou como treinamento? Sim, há essa possibilidade. Quando objetivo é dar uma aula que substitua um treino aeróbio, minha sugestão:
1) Fazer um aquecimento dos grandes grupos musculares envolvidos, sem estiramento, apenas preparando o corpo para a atividade. O ideal deste aquecimento é ter uma duração de 5 minutos, utilizando uma música entre 80-100 bpms.
2) Parte especifica utilizando a Dança do Ventre como treino aeróbio –
Esta parte pode durar 30 minutos, no caso de fazer uma aula parcialmente aeróbia ou até 50 minutos, no caso de ser uma aula totalmente aeróbia. Podemos iniciar com um ritmo mais cadenciado, como o maqsoum e passar para um ritmo mais acelerado, como malfuf, que permite muitos deslocamentos , intercalando com Said, que permite saltitos e também deslocamentos. É importante montar um cd e planejar a aula com estes ritmos de maneira a não haver interrupção. O ideal para um bom condicionamento é utilizar uma música entre 140-150 bpms. Existem cd´s mixados mas você pode montar um cd e levar para algum DJ mixar com as batidas que definam o ritmo de sua aula/treino. Um bom cd é o Belly Dance Beats.
No caso da aula ser dividida em parte aeróbia de 30 minutos, e parte anaeróbia, na segunda parte , pode-se executar uma série de movimentos ondulatórios, que fortalecem a musculatura abdominal quando executados de maneira correta, com correção postural e consciência corporal. É importante que a professora oriente a aluna para ter consciência de cada porção do músculo solicitada em cada movimento.
3) Por final, uma sequência utilizando movimentos da primeira e da segunda parte da aula, unindo as duas partes da aula e um bom relaxamento ou volta à calma.

Esta é uma sugestão de aula para utilizar-se da Dança do Ventre como modalidade em Academia de Ginástica, obviamente que difere bastante da abordagem de conteúdo de uma aula artística, onde o foco é aprender esta Arte como um todo e ocorrem, naturalmente, muitas interrupções e inserções de informações por parte da professora.
É claro que esta abordagem não impede que a aluna também desenvolva seu aprendizado, mas conteúdos conceituais deverão ser adquiridos separadamente.
Basicamente com essa estrutura, a professora pode variar, mas sempre lembrando que, quando o objetivo é praticar um condicionamento aeróbio, é fundamentar que a atividade seja praticada de forma linear, ou seja, o ritmo constante, que eleve a freqüência cardíaca e mantenha estável esta elevação. Cada interrupção faz com que outro sistema, o anaeróbio, atue.
Este treino também é uma boa sugestão para bailarinas que queiram melhorar seu condicionamento cardio-respiratório, através de um treino específico da modalidade. Pode ser incrementado aumentando os bpms da música e fazendo um controle da freqüência cardíaca.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Formas da Música Árabe


Formas da música árabe




(Fonte : curso com Lulu Sabongi - este artigo faz parte das anotações e da interpretação de Fátima al Sayyd sobre as informaçes passadas no curso)



FORMAS DA MÚSICA ÁRABE



1-Música litúrgica:É a música específica, que acompanha as preces e versos do Alcorão.

2-Baladi:Baladi é muito mais que um ritmo, uma dança ou um estilo; é uma filosofia, uma cultura, é o que se refere à música e à dança de um povo das redondezas do Cairo.("minha terra")

3-Aghani:Musicalmente, temos o Aghani, que são melodias cantadas, com padrões fortes. Estas variações que o cantor executa são muito difíceis de ser dançadas.


4-Tarab:Tarab designa "encantamento". Seu nome original é Takht. Antigamente sua orquestração era composta apenas por instrumentos clássicos tradicionais, e na percussão o pandeiro (req), fazia a parte principal, sendo dispensável o uso da tabla (derbake). O teor melódico realiza jogos complexos. Hoje é possível encontrar no tarab instrumentos ocidentais mais modernos.É um estado de transcendência que o artista e o público alcançam durante a apresentação. É um ingrediente essencial para uma boa apresentação de música clássica. Para ouvir tarab, dizem que é necessário uma dose de relaxamento e disposição para parar um pouco, beber algo agradável e apreciar, com calma e sem pressa, a música.


5-Atéba:O atéba é uma forma folclórica de cantar nos países orientais. Consiste de quatro versos seguindo um formato e métrica específicos.


6-Dalaouna:Outra forma folclórica de cantar no Oriente. São canções de amor onde os versos todos rimam com ouna ou ona.


7-Zajal:Forma oriental popular de poesia improvisada, que é recitada em canção.


8-Nadb:Estilo parecido com zajal, mas recitado nos funerais.

9-Mawwal:É um solo vocal, o qual é cantado antes que os músicos apresentem a canção principal. Usualmente este solo é cantado no mesmo tom da canção principal e sempre seu tema versa sobre amor e perda.


10-Andalousiyyat ou Mouwashahat:Estas são formas clássicas árabes, cujas raízes voltam à Andaluzia, na Espanha. Aparentemente os árabes, na Espanha, queriam a música liberta das regras rígidas da música clássica e suas formas, criaram então, esse novo estilo de música, com leve toque espanhol que, por vezes, lembra o flamenco.


11-Qudud Halabiyya:Forma folclórica de cantar em estrofes,originária de Aleppo, na Síria. Ex.: Sabah Fakri.

12-Rai:Forma de música pop algeriana, que desenha dentro dos estilos tradicionais algerianos e árabes uma mistura com outras raízes, incluindo até mesmo Reggae.Essa última é muito mais recente.

Chegando bem pertinho da música árabe antiga...




*Estrutura formal Arabe-Andaluz



Os mouros, termo europeu para designar os árabes e bérberes, ficaram na Espanha por 700 anos. Inicialmente conquistaram a Andaluzia, como eles a batizaram no início do século VIII e por algum tempo ela permaneceu não mais do que uma remota província do Império Islâmico em expansão. Ainda em tempo, a Andaluzia, que compreendia uma área maior do que a que conhecemos hoje por este nome, se tornou o maior canal da civilização islâmica para o Ocidente. Nos idos de 750 a dinastia de Umayyad foi expulsa de Damasco e se estabeleceu na Andaluzia. A apaixonante cultura Ummayyad trouxe a música tradicional da Arábia Oriental para Espanha, onde mais tarde foi modificada pelas influências gregas e se tornou a música Árabe-Andaluz que estabeleceu suas raízes no Norte da África. Em 1822 o músico Zuyab chegou na Espanha da Corte Abassid de Bagdá, trazendo com ele formas musicais persas que tinham sobrevivido na Andaluzia e ainda hoje permanecem no flamenco. O primeiro conservatório de música foi fundado no século XII em Córdoba, naquele tempo um dos centros culturais mais celebrados da Europa. Até aquele momento, a maioria dos habitantes da Andaluzia falava árabe e tinham adotado a fé do Islamismo. A dominação islâmica da Espanha durou até o século XV quando a unidade do califado se enfraqueceu e aconteceram divisões étnicas e tribais, expulsando os muçulmanos da Europa em 1492.A penetração múltipla de estilos artísticos na Espanha Mourisca deixou mais do que uma esplendida arquitetura.
No sentimento, o ritmo do cantar, a música da Espanha é mais árabe do que européia.


Flamenco é uma mistura de elementos mouriscos, andaluzes e ciganos, e sua forma mais antiga é especialmente árabe no sabor com ritmos separados por leves pausas. Esta é uma característica tanto das canções quanto das composições instrumentais.O principal instrumento do flamenco, a guitarra (violão), se desenvolveu a partir do alaúde, o clássico instrumento da música árabe. O alaúde, que provê tanto a melodia quanto o ritmo, é o protótipo no qual a teoria da música árabe é baseada. Ele é cavado um único bloco de madeira. Através da Espanha Mourisca, o alaúde encontrou seu caminho para o resto da Europa, mais tarde se transformando na guitarra dos dias de hoje.




Os instrumentos rítmicos de música oriental tanto folclórica quanto clássica são o derbake (darbuka na África) e o tabla (no Egito). Este instrumento parecido com o pandeiro ou pequenos tambores do Brasil, produz sonoridade intensa e nas mãos de um músico habilidoso, os mais sutis embelezamentos na música.A música oriental moderna tem sido influenciada de diversas formas pelo Ocidente, formas que às vezes são bem-vindas, e as vezes não. No Yemen, músicos que tocam canções ou melodias tradicionais são respeitados enquanto outros que utilizam um estilo ocidental são tratados com desprezo. Contrariamente no Egito e Líbano música ocidental tem sido aceita pela diversidade que oferece. A influência ocidental na música egípcia deriva das tentativas no final do século XIX para modernizar o país e do impacto posterior da mídia. Este impacto foi concentrado nas grandes cidades.Ao contrário da música ocidental, a música árabe não desenvolveu o uso da harmonia. A razão básica é que harmonia depende de um sistema tonal fixo (um espaço invariável entre notas). Toda escala na música árabe tem certas posições fixas - tons e meios tons - como na música ocidental, mas entre eles existem notas sem lugar fixo e que caem em posições ligeiramente diferentes numa escala cada vez que são tocadas..
Na música árabe, uma única oitava pode conter algo entre 18 e 22 notas com intervalos tão pequenos quanto a nona parte de um tom. As únicas composições que podem incluir harmonias simples são aquelas baseadas na melodia e escala ocidental. É este tipo que ouvimos nas gravações orquestradas modernas.Do final do século XIX para frente, novas escalas melódicas padrões métricos e tipos de composição foram absorvidos dentro da música no Egito, enquanto o tipo de instrumentos usados numa orquestra mudava e crescia em variedade. O "tabla" originalmente um instrumento "baladi" se tornou proeminente nas orquestras apenas depois de I Grande Guerra Mundial. O tradicional grupo de quatro ou cinco instrumentos cresceu para uma orquestração completa. O estilo europeu das bandas militares resultou na gradual adição dos metais, enquanto violino, órgão elétrico, acordeom e violoncelo gradualmente foram aceitos e se transformaram em parte de uma orquestra egípcia.Quanto maior o número e a variedade dos instrumentos, mais fácil é criar uma rica sonoridade. Como as bandas cresceram de 5 a 6 componentes para as grandes orquestras de hoje, também a música ganhou uma textura mais rica, com instrumentos específicos ou grupos de instrumentos dominando certos trechos da música. Os percussionistas produziram uma ornamentação mais complexa nos ritmos, e uma música que no passado tinha sido principalmente improvisada se tornou mais estruturada.


O resultado da maior complexidade da música árabe pode ser visto no Taqasim, que aparece diversas vezes durante uma composição longa. Taqasim (sing Taqsim) são solos instrumentais que conectam as várias melodias de uma peça extensa e servem como interlúdio entre elas. Durante o Taqasim, o instrumentista vem a frente (metaforicamente falando) para improvisar, enquanto os outros suavizam seus instrumentos ou até mesmo assumem um papel menor, muito parecido com a improvisação do jazz.


Nai (flauta de bambu), é um dos mais evocativos instrumentos da música árabe. A nai tem uma qualidade de evocar um forte desejo melancólico que pode causar arrepios e emoções no corpo humano. Os mais meditativos e espirituais elementos na dança são freqüentemente inspirados por este instrumento, usando lânguidos movimentos dos braços e tronco superior.


Dentro de uma extensa peça musical, há geralmente três ou quatro Taqasim, em Nai, Alaúde, Violino e Kanoom.Kanoon é o predecessor da harpa e do piano e é tocado com palhetas nos dedos, uma tradição que deriva do tocar isto antigamente com unhas longas. Este instrumento proporciona um som contínuo de vibração no ar que provoca intensos movimentos tremidos na dança.


Um Taqasim começa por explorar umas poucas notas, gradualmente ampliando a gama das notas para criar um caleidoscópio sonoro. Um ritmo suavizado pode então aparecer para sustentar o instrumento solista, enquanto a improvisação se constrói para a próxima escala.Ele então vai desacelerando progressivamente para terminar na escala original. Um dos propostos de um Taqasim pode ser mudar a escala para a melodia que vem a seguir, desde modo ela terminará em uma nova escala. A habilidade do músico é avaliada por quantas escalas ele pode explorar um único Taqasim, antes de retornar à escala na qual a improvisação começou.taqasim geralmente não tem métrica e nunca é tocada na mesma forma duas vezes. Pausas e respirações entre cada frase estendida dão ao público a chance de expressar sua apreciação pela habilidade do músico.





















Agora que sabemos sobre a musica clássica,vale lembrar q muitas vezes são aquelas grandiosas e especificas (no caso) para DV (tradicional e populares) "rearranjadas” para ser dançadas....


ex :As músicas da cantora Om Kaltoum são em sua essência "tarab” - modificada ou rearranjada para poder ser dançada, e muitas vezes temos músicas que foram compostas para bailarinas como a música Set El Hossen, feita para Nagwa Fouad....


Normalmente, compreende toda a gama de movimentos possíveis, divididos em :


Introdução (que pode ser “subdividido” em Introdução e Apresentação da bailarina),


Ápice (que pode se apresentar em “pequenos ápices”. Exemplos: Tammer Henna),


“Descanso” e Finalização.


Introdução – AguardarApresentação – “Desfilar”, reconhecer o terreno, “Cumprimentar com os olhos” ·

“Descanso” – Concentrar-se, “Sentir” a música

Ápice – “Mostrar Serviço” ·


Finalização – “Grand Finale” ·


Importante:Orquestra = Deslocamentos,


Solo = Solo,


Pausa = Pausa.




"A dança nada mais é do que “a Interpretação da música” e deve ser “complementar”, jamais “destoante”!!! Nosso corpo deve ser a manifestação visual do som que ouvimos.”
(Lulu Sabongi)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SEJA BEM VINDA


assalamu aleikum wa rahmatullahi wa barakatuh(Que a Paz, a Misericórdia e a Benção de Deus estejam com vocês)

SEJA BEM VINDA -
As primeiras aulas de Dança do Ventre são muito ambíguas...
Ao mesmo tempo em que a pessoa fica maravilhada com as descobertas, onde tudo é novidade- a sensualidade, a beleza das músicas, a atmosfera de encanto e magia - ela se depara com a insegurança, incerteza de conseguir, bloqueios e limites, insegurança com o próprio corpo, e uma série de outras sensações, nem sempre agradáveis.
E não pense que essas sensações sejam um “privilégio” das sedentárias. Elas atingem qualquer mulher, independente da sua experiência e vivência corporal.
Por que isso ocorre?
Porque a Dança do Ventre traz em si uma abordagem totalmente diferente das manifestações artísticas corporais ocidentais. A forma como os movimentos acontecem, o controle da respiração, a musicalidade árabe , tudo é um Universo que assusta quem está começando. E isso é muito natural. As principais perguntas sempre são:
“ SERÁ QUE EU VOU CONSEGUIR??!! ” “QUANTO TEMPO VOU DEMORAR??!!”
Isso vai depender de muitas coisas, mas a principal delas: VOCÊ
Para que seu aprendizado seja um sucesso e você consiga aprimorar-se cada vez mais nesta Arte, aí vão algumas dicas preciosas:
1. Não exija demais de si mesma. Comemore cada vitória conquistada pelo seu corpo.
2. Confie em sua professora . Ela está aqui para esclarecer, ajudar , orientar. Procure aproximar-se e não tenha medo de expor suas dúvidas, de interromper a aula para perguntar. A resposta que ela vai dar a você pode ser a dúvida que uma colega nem sabe que tem. Conte a ela suas maiores dificuldades e bloqueios. Ela está preparada para apresentar exercícios de ajuda a superar essas dificuldades.
Mas não espere milagres... Ela faz a parte dela, você tem que fazer a sua.
3. Estabeleça pequenas metas diárias de exercícios.
4. Se algum movimento estiver bloqueado , não deixe que a ansiedade faça com que você “trave”. Respire profundamente, faça outros movimentos e depois tente novamente.
5. Cuidado com o “conhecimento de almanaque. Procure fontes confiáveis de informação acerca da cultura que você vai estudar. Não “ engula “ qualquer coisa.
6. Não sinta constrangimento em não conseguir executar um movimento no momento em que está aprendendo. Muitas vezes a aluna vê o movimento no corpo da professora, que geralmente já o executa há muitos anos, e muitas vezes ao dia, e pensa que tem algo de muito errado em si mesma. Saiba que a professora, assim como as alunas mais antigas, que executam com graciosidade e beleza um movimento, passaram também, um dia, pela mesma dificuldade que você está passando... e não desistiram...Todas já sentiram-se “duras” um dia. Procure olhar mais para o que você tem de melhor - As vezes ficamos tristes olhando apenas para nossas limitações não vemos o que temos de melhor. No início, é importante isso , para que nos sintamos capazes e confiantes. A Dança tem que ser algo bom , prazeroso, melhorar tua auto-estima e não fazer com que você sinta-se diminuída .
7. Toda mulher pode aprender , só que cada uma tem seu ritmo, seu tempo. Isso não significa que a pessoa não tenha capacidade ou talento para a Dança.
8. Permita-se ter dificuldade. Permita-se errar. Permita-se ter um tempo só seu para o autoconhecimento. Você só tem a ganhar com isso. Seja mais maleável consigo mesma e relaxe! Permita-se !!!!!!!!!!!! Não compare seu corpo e seus movimentos com os de outras mulheres. Cada corpo tem uma forma de expressar o movimento, única e pessoal. E não tenha medo! Você não está sozinha nessa viagem !!!
Seja Bem vinda !!!!!!! (Yasmine Amar)