Yasmine Amar Kaur
Há
milênios, o ser humano busca se expressar através do movimento. Mas, a
correria do dia a dia e todo o estresse decorrente desta agitação têm
dificultado nossa vida, não é mesmo? A boa notícia é que mesmo assim,
aos trancos e barrancos, temos conseguido transpor barreiras e encontrar
um tempinho para o autoconhecimento através da arte.
Nesse
contexto, podemos falar sobre a Dança do Ventre: uma linda arte milenar
egípcia que não só pode como têm sido cada vez mais usada na prática
terapêutica feminina como ferramenta para autoconhecimento.
A
dança é uma expressão artística e cultural, mas também ferramenta
utilizada mundo a fora na busca da conexão com ventre e da
ancestralidade, já que esta prática fortalece a alma através da plena
consciência dos centros energéticos trazendo equilíbrio e favorecendo o
encontro da sabedoria feminina que habita em cada ser.
Com
os pés enraizados na terra sentimos vibrar todo o corpo através de
movimentos vigorosos que liberam energia e sutilmente harmonizam todo o
corpo. A contração muscular, a ondulação do corpo e a vibração dos
movimentos também aliviam dores menstruais e preparam o corpo para a
sustentação da gestação durante o trabalho de parto num grande culto à
natureza e em prol da fertilidade do ventre e da terra. Filosofias a
parte, posso dizer que esta dança redistribui toda a força do corpo
pelos centros de energia (chakras) proporcionado as praticantes
equilíbrio mental e energético.
Mulheres
de todas as idades, e até mesmo homens que queiram descobrir ou curar
seu lado feminino, podem usufruir dos benefícios da Dança do Ventre
aprendendo a conhecer seu potencial criativo e energético e, também, a
abraçar sua sombra. Sim, esta arte milenar nos faz identificar a sombra
tão sufocada pela sociedade moderna: nosso lado instintivo e ancestral.
Posso
lhes afirmar que mulheres conscientes da força e do potencial
energético de criação do ventre se tornam seres mais plenos, felizes e
abertos a infinitas possibilidades do corpo, da mente e do astral.
E
quer saber de uma coisa? Todas nós, independentemente do tipo físico,
idade ou limitações podemos dançar. Como bem disse a bailarina e
professora Fátima Fontes, “é possível trazer para além da sala de aula.
Observe como caminha, se senta, respira, se alimenta e, sobretudo, como
você descansa e em pouco tempo seu corpo estará muito pronto para
dançar.”
Ao
longo dos anos percebi que a dança do ventre pode ir além e se alinhar a
movimentos de Yoga, meditação, práticas curativas femininas,
consciência respiratória, correção postural e terapias para expansão de
consciência. Um grande acervo de conhecimentos e práticas unidos com
vistas ao desenvolvimento pessoal e ao fortalecimento do corpo e da
autoestima. Assim sigo praticando e compartilhando destes conhecimentos
há quase 30 anos.
Encerro
dizendo que nós mulheres precisamos despertar e dedicar parte do nosso
dia para olhar para pra dentro de nós. Só assim, conseguiremos entender a
força e a vibração do nosso ventre, alimentar a alma e compreender
nosso corpo por inteiro conquistando a plena saúde física e emocional.
Sejamos felizes, sejamos mulheres de corpo e alma! Vamos dançar?
*Yasmine
Amar Kaur é bailarina e professora de Dança do Ventre há 26 anos. É
pioneira no Ensino Estruturado na Dança do Ventre, em Cuiabá; educadora
física, instrutora de Yoga e Taróloga. Proprietária do Espaço Yasmine
Amar. Redes sociais: @yasmineamarkaur / Cel: (65) 98111-8683. http:// yasmineamardance.blogspot.com / yasmineamar@gmail.com